Chegou a hora de abandonar rótulos geracionais
Abraçar a pluralidade ajuda a entender melhor os comportamentos dos consumidores e é questão não só de inclusão como também de inovação
Chegou a hora de abandonar rótulos geracionais
BuscarChegou a hora de abandonar rótulos geracionais
BuscarAbraçar a pluralidade ajuda a entender melhor os comportamentos dos consumidores e é questão não só de inclusão como também de inovação
Se você trabalha numa empresa entende bem dos desafios sobre atrair e reter novos talentos. Se vende produtos e serviços está sentindo na pele o desafio de atender a um consumidor cada vez mais plural. E se você, assim como eu, está na faixa dos 40 e poucos anos, está no meio desse sanduíche de gerações tão diferentes sem precedentes!
Pois é, o encontro de gerações tanto no mercado de trabalho quanto no ambiente de consumo está promovendo uma verdadeira revolução nos hábitos de compra e na maneira de se relacionar com as marcas e entre pessoas. Se nos acostumamos a colocar as gerações em caixinhas pré-determinando seus comportamentos (geração Y, Z, X etc.) para entender melhor seu comportamento, sinta-se convidado a retirar seus rótulos.
Você sabia que 48% dos jovens entre 18 e 29 anos dos EUA vivem com os pais? Você sabia que há mais de 97 milhões de posts no TikTok falando sobre como congelar óvulos para mulheres na faixa dos 20 anos? Dados como esse nos fazem refletir que, de fato, não temos mais comportamentos tão claros e distintos entre faixas etárias. Posso ser uma mulher de 40 anos com os mesmos hábitos comportamentais de uma jovem de 18 anos.
É da natureza humana desenhar estereótipos baseados na idade, mas até que ponto eles fazem sentido hoje em dia? Segundo pesquisa realizada pela Atteste sobre estilo de vida de 2.000 consumidores no Reino Unido e nos EUA, apenas 18% dos respondentes sentem que os seus interesses são ditados pela idade.
Pois bem, se queremos entender de pessoas, seja para contratar, para se relacionar ou para servir (como consumidores e clientes), a vida está ficando mais difícil mesmo. Alguns palestrantes do SXSW e da NRF deste ano acreditam que estamos numa era “agnóstica à idade” e isso quer dizer que vamos precisar desenvolver uma compreensão muito mais profunda da psicologia das pessoas.
O comportamento de cada pessoa se baseia na sua cultura e sua perspectiva de vida e no seu estágio de vida. Camila Salek, especialista em varejo e relações de Consumo, atribuiu a aceleração desse movimento a intensa convivência geracional pandêmica que nos faz compreender gerações como estruturas fluidas, onde o determinado momento em que nascemos e vivemos influencia as perspectivas de cada um.
E como isso impacta no nosso desafio como executivos de negócios?
Na frente de vendas abraçar pluralidade gera mais resultado. “As marcas não devem perder as oportunidades porque, pela primeira vez na história, temos uma sociedade onde cinco gerações vivem juntas”, ressaltou Marie Cesbron-Bloomberg, ex-diretora de insights de clientes e inovação global da L’Oréal. Nos Estados Unidos, por exemplo, americanos com mais de 60 anos logo se tornarão um grupo maior de consumidores em termos de renda do que os de 20 a 34 anos. E aqui no Brasil isso não é diferente. Olhe ao redor e veja como o grupo de 60+ está cada vez mais ativo.
Na frente de atração e retenção de talentos, a diversidade geracional não é apenas uma questão de inclusão, mas também uma fonte de inovação. De acordo com uma pesquisa publicada na Harvard Business Review, 70% dos entrevistados afirmam que a diversidade levou a empresa a inovar e atrair novos clientes. A abertura para a troca de informações entre as gerações é uma oportunidade de enriquecer o ambiente de trabalho e impulsionar o sucesso organizacional como um todo.
E para colocar em prática o primeiro passo é abandonar as antigas formas de pensar e começar a valorizar a diversidade de uma forma mais ampla. O passo seguinte é desenvolver narrativas que permitam que diversas gerações se conectem com a mensagem de forma única. E acima de tudo isso: desenvolver um olhar empático verdadeiro, para compreendermos o outro e aprendermos com ele.
Só vão sobreviver as empresas que exercitarem a empatia, uma escuta verdadeira das necessidades humanas de seus clientes e colaboradores, e isso é a chave do jogo para atender aos anseios de uma era tão plural quanto a que estamos vivendo.
Compartilhe
Veja também