Como fica a autoria quando se usa IA?
Avanço da tecnologia traz também questões sobre responsabilidade e transparência
Avanço da tecnologia traz também questões sobre responsabilidade e transparência
10 de fevereiro de 2023 - 17h00
Quem pinta, é o pincel ou o pintor? E na arte digital, é o design ou o computador? Na hipótese de uma colagem como arte, com imagens pesquisadas por uma ferramenta, a autoria é de quem conduz ou da máquina que forneceu as imagens? E, por fim, quando uma ferramenta de IA, a partir de um comando indicando o desejo de um artista, produz algo de quem é autoria?
Essa é uma pergunta que realmente vem sendo cada vez mais repetida, e cuja resposta ainda não está clara. O limite entre ferramenta e autoria vai ficando cada vez mais complexo; em especial com o contínuo crescimento de capacidade e disponibilidade de melhores redes neurais.
Na produção intelectual, como na científica, as implicações da utilização de inteligência artificial são ainda mais complicadas e variam de acordo com o contexto e as circunstâncias específicas. Nestes casos, por uma questão de compliance, alguns pontos precisam ser considerados:
1. Autoria: Quem deve ser creditado como autor de um trabalho que utiliza IA? É comum que os autores incluam os desenvolvedores e cientistas de dados que trabalharam na criação e treinamento do modelo de IA, mas é importante lembrar que os autores devem ser aqueles que contribuíram de maneira significativa para o projeto e a realização da pesquisa.
2. Responsabilidade: Quem é responsável pelo conteúdo e pelas conclusões de um trabalho que utiliza lA? É importante que os autores compreendam como o modelo de lA foi treinado e que tenham um entendimento profundo dos limites e possíveis distorções do modelo, para que possam avaliar adequadamente os resultados e evitar conclusões equivocadas.
3. Transparência: Como os autores devem relatar o uso de IA em um trabalho? É importante ser claro e transparente sobre como o modelo de IA foi treinado e utilizado, incluindo quaisquer limitações ou distorções que possam ter influenciado os resultados.
Por fim, o que será necessário é um posicionamento ético sobre a forma como a produção intelectual foi obtida. Sendo claro quanto ao uso e forma de uso; sem tentar esconder ou apropriar-se na totalidade de um trabalho que, no fim, foi feito, por assim dizer, “a quatro mãos “.
Este conteúdo, por exemplo, só é 10% meu; o restante foi produzido diretamente pela nova biblioteca de resposta inteligente que estamos adotando para Carol, a nossa advogada robô. Para alguém que não conhece meu estilo de escrita, talvez seja até impossível distinguir que parte foi escrita por mim, e que parte não foi.
Uma construção textual lógica e equilibrada que atinge o objetivo a que se propõe. Informar e, também, provocar a reflexão sobre o alcance de ferramentas como essa.
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