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O Brasil de excelência digital num Festival de Cannes cada vez mais idem

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Blog do Pyr

O Brasil de excelência digital num Festival de Cannes cada vez mais idem

Apple é o anunciante do ano em Cannes e, nas contas do excelente artigo de Vinicius Malinoski, da The Zoo, os prêmios mais relevantes do Brasil em Cannes são já digitais, Perguntinha que não quer calar: o que, em propaganda, não é digital hoje?


17 de junho de 2019 - 6h26

Começo creditando ao excelente artigo “Quer ganhar 2,6 leões? Pergunte-me como”,  de Vinicius Malinoski, da The Zoo, publicado no Diário de Cannes, do Meio & Mensagem – cujo link para você ler na íntegra eu coloca lá em baixo – a razão e motivação para que eu escrevesse tudo que você vai ler (ou não ler) daqui em diante. Genial, Vinícius! Obrigado!

Vinícius fez cálculos que eu não conseguiria fazer, que essencialmente revelam que o digital é já, para as premiações brasileiras, o ó do borogodó hoje. Nas suas palavras … “Ganhamos mais leões e leões mais importantes quando apostamos na tecnologia e inovação”.

A gente costuma, erradamente, chamar de “digital” tudo que não seja offline, mas o olhar do Vinícius é mais abrangente e pertinente, porque falar “digital” é hoje extremamente impreciso e incompleto. Falamos “digital”, mas em verdade estamos querendo dizer, como ele apropriadamente diz, tecnologia e inovação.

Sua conta abrange os leões brasileiros em Cannes do ano passado e os Grand Prix do Brasil até hoje e a conclusão é que o tal “digital” é já de alta relevância para o País. Somos já digitais em Cannes e, antes dessa continha do Vinícius, nem sabíamos.

Os organizadores de Cannes resolveram seguir a linha do Vinícius, de algum forma, ao reconhecer que o mundo da tecnologia e inovação é importante por lá e indicaram a Apple como anunciante do ano.

Não tenho a menor ideia do que a marca fez em publicidade para merecer essa indicação como anunciante, mas sem dúvida terá sido menos pelo que investiu em marketing e mais pelo que ela representa hoje para nossa indústria como um todo, por sua plataforma tecnológica e de serviços, cada vez mais onipresente nas nossas vidas e no mercado de consumo contemporâneo. É nesse conjunto de conquistas que, suponho, deverá ter residido a razão maior do reconhecimento de Cannes a Apple em 2019.

Pois queria começar exatamente por ela para levar o raciocínio do Vinícius um pouquinho mais adiante.

A Apple está, neste exato momento, transformando-se em uma plataforma de produção de conteúdo e entretenimento, somada a uma nova infra-estrutura global de mídia e distribuição de conteúdos e serviços digitais.

Por um lado, está investindo em Hollywood para competir com suas produções proprietárias com Netflix e Amazon. Por outro, percebeu que tem uma plataforma global de distribuição de qualquer coisa, seus milhões e milhões de aparelhos espalhados pelo mundo. E nessa praia vai bater de frente com Google e Facebook.

Então vai vendo … a Apple é o anunciante do ano em Cannes, um anunciante que é produtor de conteúdo, além de ser também, a um só tempo, além de um player do mundo telecom, uma plataforma global de serviços digitais (ela acabou com o iTunes, mas aposta forte na prestação de serviços com novas iniciativas ainda mais abrangentes, incluídos aí o Apple Play, a Apple TV, etc.), além de, agora, ser, adicionalmente, um novo player de distribuição e mídia. Anunciante my ass!

A transversalidade digital mistura negócios, embaralha setores, acaba com caixinhas e complica critérios. Os de Cannes também.

O “digital”, ou a tecnologia e a inovação, são hoje tão pervasivos, que fica difícil dizer que qualquer campanha inscrita lá não seja “digital”.

Acabaram com o Cyber Lions porque ele deixou de ter sentido num mundo que tem bichos como a Apple (e Amazon, e Microsoft, e Google, e … você entendeu…). Tudo é cyber,

Não há hoje campanhas stand alone em Cannes. Todas elas são, como a Apple, “plataformas”. Integram ecossistemas de todas as naturezas (e podemos incluir aí o tal do print e do film e do outdoor, categorias em que o Brasil se destacou e ainda se destaca no Festival por anos).

Quando escrevo, acabamos de ter notícia, pela cobertura do M&M e pelas reportagens do mestre em Cannes, nosso editor Alexandre Zaghi Lemos, que o Brasil tem 66 peças potencialmente “leonáveis” em várias categorias do Festival.

Então vamos a algumas conjecturas.

No texto de Alê, era a seguinte a situação … “Neste domingo, dia 16, saíram os finalistas de Print & Publishing, Design, Film Craft, Pharma e Health & Wellness. No sábado, dia 15, os de Outdoor. E no início do mês, os de Glass, Innovation e Titanium. Somando todas essas oito áreas já divulgadas, o Brasil tem 66 chances de Leão, sendo 11 delas da Africa. Também se destacam AlmapBBDO, BETC/Havas e Grey, com cinco possibilidades cada.”

(Vou fazer um corte aqui no raciocínio só para apontar a suruba de critérios de Cannes hoje … as categorias Outdoo, Print e Publishing, Film Craft, referem-se ao canvas. Ao suporte. Às infra-estruturas de produção e distribuição. Já as categorias Pharma  e Health & Wellness referem-se a setores de negócios, atividades econômicas, segmentos da indústria e de serviços. Não faz sentido. Mas isso é tema para outro post.)

Vamos pegar como exemplo apenas uma campanha de que gosto bastante, que é Anúncio Grelhado, do Burger King. A escolha é ótima para provar minha tese porque implica no consumidor baixar um app, que é um aplicativo do mundo digital, para “queimar” anúncios (que são peças do chamado mundo offline) do concorrente McDonald´s.

Veja a imagem abaixo e me diga se isso é uma peça on ou offline. Ou, me diga como separar digital de não digital.

Não se esforce, tempo perdido, armadilha: não tem como separar. Tudo se integra. E tudo se integra porque a tecnologia e a inovação digital assim permitem.

Prevejo que essa campanha vai ganhar vários leões. Barbada.

Porque é digital? Não. Será porque essa é a nova forma de se fazer marketing e comunicação, em que tecnologia e inovação, como nos ensina o Vinícius, são a grande pagada para conquistar um Festival cada vez mais, inevitável e integralmente, “digital”.

Clique aqui apra ler o post do Vinícius.

 

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