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Porque a Globo se aliou à Disney+ ?
A resposta que mistura tudo é: porque esse é um setor em tal transformação que fazer apostas e correr riscos diante da incerteza passou a ser o nome do jogo
A resposta que mistura tudo é: porque esse é um setor em tal transformação que fazer apostas e correr riscos diante da incerteza passou a ser o nome do jogo
16 de novembro de 2020 - 6h00
A resposta mais complexa e macro-estrutural, é: porque há cada vez menos barreiras entre os interesses multidiversificados e complementares dos grandes players, produtores e distribuidores, da indústria de conteúdo via streaming.
A resposta mercadológica é: porque esse é um game global e os players regionais, mesmo do porte master da Globo, terão que fazer alianças estratégicas para jogar o big game.
A resposta aritmética é: só vão sobrar três grandes players globais nessa arena. É o que apontam analistas e projeções da indústria. Assim, ou você é um deles, ou está fora.
A resposta politicamente correta é a que a empresa deu a imprensa: tudo em nome dos melhores serviços prestados ao consumidor, ele no centro das atenções. Não é mentira não, tá tudo certo, tudo verdade. Mas as razões anteriores são mais determinantes do que essa, porque a companhia poderia continuar em linha com esse propósito apenas com seu acervo proprietário.
A resposta que mistura tudo é: porque esse é um setor em tal transformação, em sua infra-estrutura e em seus modelos de negócios, que fazer apostas e correr riscos diante da incerteza passou a ser o nome do jogo e todos estão buscando seu lugar ao sol, tudo ao mesmo tempo agora.
Os grandes candidatos a liderança e supremacia são a Disney+, a Amazon Prime e a Apple Play. Aí você me pergunta: e Netflix? Acho que vai ser, em algum momento, engolida por um desses grandes players, que hoje perdem todos para ela em seu ambiente de domínio, até porque foi ela que criou toda essa indústria, mas são, do ponto de vista de negócios, muito maiores e mais poderosas. Uma delas vai comprar a Netflix, certeza.
E onde se acomodam Google e Facebook nesse tabuleiro? Google tem o You Tube e Facebook tem o Facebook Watch. Um deles pode comprar um dos players aí de cima? Hummm, difícil e improvável, mas não impossível. No momento, jogam um papel secundário na cena global.
E as telcos? Bom, no Brasil, vimos que a Telefonica/Vivo, seguindo exemplo do que já faz na Europa, emparceirou-se também com a Diney+. As telcos serão players vitais estratégicos nessa batalha, já que detém uma malha conectada global de devices móveis e distribuição de sinal. São parte da infraestrutura de tudo. Vão ter, também elas, que fazer suas opções e, ao fazerem, vão pesar a mão da concorrência para este ou aquele big player.
E os grandes fabricantes de aparelhos móveis, como Samsung, LG e outros, a própria Apple junta? Esses deverão também fazer suas próprias apostas. Eles não são nem infra-estrutura, nem produzem conteúdo, mas detém em suas mãos o consumidor final, que carrega seus aparelhos no bolso ou na bolsa. Players importantes, mas de certa forma, também coadjuvantes complementares.
Há muito pouco tempo atrás, aliás, até a semana passada mais exatamente, se alguém nos dissesse que a Globo faria um acordo com a Disney+, acreditaríamos estar diante de um maluco delirante.
Pois maluquices ainda mais delirantes ainda estão por vir. Espere e verá.
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Na ótica macroeconômica, por outro lado, ela é bem mais poderosa e impactante do que normalmente se imagina