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A solidão de um empreendedor. Por Aziz Camali
Como resgatar a auto-estima e motivação a partir da sensação de estar junto e pertencer ao seu negócio?
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10 de abril de 2015 - 4h43
POR AZIZ CAMALI, fundador e transformador de histórias na DZN
Empreender! Difícil para quem tem sócio, muito mais para quem está sozinho. Como os modelos organizacionais normalmente são estruturados de forma vertical, as tomadas de decisão envolvem poucas pessoas; mas quando se trata de algo crítico e fundamental, quem bate o martelo é o responsável pela brincadeira: o dono. E os desafios não param por aí. Depois do “expediente”, com quem conversar e trocar ideia sobre as tomadas de decisão para o dia seguinte que só podem ser resolvidas naquela hora? Com os filhos que precisam de carinho e atenção? O distanciamento das equipes operacionais e estratégicas diminui o nível de empatia e, automaticamente, a motivação por estar junto. Os assuntos são outros, as trocas são diferentes e o abismo vai sendo criado. Mas como resgatar a auto-estima e motivação a partir da sensação de estar junto e pertencer ao seu negócio?
Não é de uma hora para outra que sua equipe e parceiros vão entender a sua realidade e contribuir de forma efetiva e estratégica, mas se continuar mantendo o mesmo modelo autoritário e controlador de gestão, a distância só tende a aumentar. Engaje as pessoas sobre o que está acontecendo no negócio como um todo com clareza e transparência. Trazer uma visão sistêmica de como as coisas funcionam, da onde vêm os problemas e o que podem fazer juntos para melhorar e transformar, promove oportunidades de convivência e de novas soluções. A humildade de saber que, independentemente do cargo, qualquer pessoa pode contribuir, desde que se permita e escute. Modelos mais horizontais e colaborativos podem ser complexos, mas a necessidade do controle pode ser substituída por novas soluções e inovações. Como cobrar visão de liderança, se para tornar-se um líder você precisa no mínimo conhecer o todo?
Ok, sabemos que para ser um “dono de negócio” é preciso abrir mão de muitas coisas operacionais e do dia a dia, mas o problema é que o distanciamento da essência do seu negócio vai dificultar lá na frente. Com a evolução da tecnologia e a abertura do mercado a partir da globalização e verticalização de empresas que estão virando concorrentes, tomar decisões econômicas atreladas a novos serviços e mercados necessitam do conhecimento da causa, no caso, estar próximo de sua operação e com a mão na massa. O abismo do fazer e a rotina preso em reuniões e respondendo e-mails são um abismo para a inovação. Donos de construtoras que não conhecem os novos processos construtivos, fundadores de produtoras que já não entendem mais dos softwares de edição, donos de fábricas distantes da prototipagem e manufatura digital e donos de padaria que não entendem a evolução do mercado podem até pesquisar na internet ou baixar um PDF genérico Sebrae, mas vão ficar para trás.
Peça ajuda! O arquétipo do herói representa muito bem o empreendedor, ainda mais no Brasil. Encontrar alguém que abriu um negócio do zero, com baixo investimento inicial e está completando dois anos de operação anos é cada vez mais difícil. No entanto, é fundamental tirar sua máscara e reconhecer que você é humano. Por trás do erro há a oportunidade de aprendizado e evolução. Se o ego não permitir viver a experiência sem o medo de errar, isso vai deixar o próximo passo – pedir ajuda – muito mais fácil.
As coisas se adaptam e evoluem todos os dias, então perder a visão sistêmica do seu negócio pode ser vital. Por isso, peça ajuda. Procure empresas que podem ajudar efetivamente o seu negócio. Ter alguém de fora, sem o olhar viciado, vai te trazer segurança e motivação para as próximas tomadas de decisão. Lembre-se que um parceiro estratégico não é mensurado por custo ou tempo, mas na efetividade da sua entrega e dedicação de fazer o negócio acontecer. Como diz um amigo empreendedor “É o ovo ou a galinha”.
Colesterol com dieta balanceada? Depressão com Rivotril? Solidão e carência com prostituição? É preciso viver de forma equilibrada. Você é uma coisa só, então pare de tentar separar o profissional, do pessoal e principalmente do espiritual. Aprender a misturar as duas coisas dentro de todas as situações do seu dia a dia vai deixar as coisas mais leves e produtivas. A integridade supõe a conexão entre o que você faz, pensa, sente e, principalmente, intui.
Às vezes é melhor deixar de falar para ouvir e compartilhar com quem vive as mesmas dificuldades, mas em outro CNPJ. Certo dia ouvi um depoimento legal de uma executiva e quero compartilhar com vocês para finalizar o artigo.
“A vida de um empresário é de decisões constantes, importantes e solitárias, por mais estratégico que o time seja. Depois de 15 anos sempre inovando, vi que meu negócio precisava de uma transformação profunda. Mais do que a entrega – que veio carregada de oxigênio, entendimento do meu próprio time e ressignificação dos produtos -, ganhei gente para pensar, olhar diferente e decidir comigo. Isso, para um empreendedor, tem um peso absurdo nos negócios”. Daniela Graicar, fundadora do Grupo MTCom.
Por fim, deixe de lado o pessimismo e as dificuldades, você está onde você se coloca.
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