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Uma nova demanda por produtos e serviços é gerada pela necessidade do isolamento social. Vamos avançando no trabalho remoto, quebrando desconfianças em busca de produtividade.Nunca foi tão urgente a inclusão digital.
Uma nova demanda por produtos e serviços é gerada pela necessidade do isolamento social. Vamos avançando no trabalho remoto, quebrando desconfianças em busca de produtividade.Nunca foi tão urgente a inclusão digital.
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2 de abril de 2020 - 8h27
Por Marcelo Lobianco (*)
Esta semana, o Big Brother teve incríveis 1.5 bilhões de votos, seria o mesmo que toda população brasileira votasse 7 vezes. Na sua edição número 20, o programa se reinventa, refina sua entrega de publicidade e sem dúvida, é o produto de maior rentabilidade da TV Globo.
O que eu ouvi de amigos fanáticos é que na ausência do futebol, noticiário coberto pelo virus e uma busca ansiosa por distração, um paredão que trazia uma machão raiz, contra uma cantora com base cultural, era o prato perfeito para ser consumido no momento.
É meus caros, o efeito quarentena mostrando um reflexo imediato de novos hábitos.
Alavancada pela conexão digital, que aumenta cobertura em nosso país, barateia os dados, e acelera a utilização da internet em diferentes caminhos, acelera dramaticamente o que estaria por vir.
O e-learning explodiu em 2 semanas, logicamente, para aquelas instiuições preparadas para transmitir o seu conhecimento de sala de aula, agora a distância.
Ainda em formato de grade, a turma em volta do professor e traz a sala de aula em conexão, com interação dos alunos em tempo real.
Ao mesmo tempo, aplicativos de ginástica e yoga em casa fazem promoção, alavancam suas vendas e trazem a saúde para dentro de casa.
Uma nova demanda por produtos e serviços é gerada pela necessidade do isolamento social. Eu mesmo, nestas 2 semanas de clausura, já comprei Gin, sabão em pó, própolis, jogos de tabuleiro e uma guitarra…tudo na Amazon, algumas delas chegando em 24 horas. Os markeplaces podem ser um caminho para micro empresários escoarem seus estoques de loja física.
Do outro lado, a explosão de demanda online estrangula a logística….operacionalizada por humanos.
A saída para manter a bola rolando é no trabalho remoto, quebrando desconfianças em busca de produtividade. Faço minha mea culpa…não acreditava na capacidade de auto gestão e disciplina do executivo brasileiro. E quebrei a cara.
Ajusta-se a rotina, é criado um novo processo coletivo e segue o jogo.
Enquanto isso, o entretenimento se redefine pela necessidade.
As salas de cinema fechadas e os lançamentos das produções cancelados, fazem do VOD o único caminho dos estúdios. Os planos de migração dos canais de pay TVs vão acelerar, no momento que aumenta exponencialmente o consumo de conteúdo, das missas ao vivo pelo You Tube as aulas de guitarra do Brian May.
A telemedicina, questionada pelo stablishment medico conservador, passa a ser a única saída, no momento que precisa juntar as melhores cabeças pensantes do mundo medico, ao mesmo tempo que abre a possibilidade de massificar e democratizar o atendimento.
Em busca do balanço entre economia e saúde, empresários fazem contas, enquanto o governo pensa o que fazer com 48 milhões de trabalhadores informais.
O discurso é de equilíbrio e ajuda para os pequenos varejistas, editores, publishers, fin techs, profissionais liberais e na economia informal, evitar ainda mais a concentração de renda nos grandes grupos.
Dinheiro continua mandando, mas provavelmente, andando em outra direção.
É cedo para identificar para onde vamos. A onda ainda está se formando e ainda não vemos onde vai quebrar. Um sentimento de fragilidade nunca visto na humanidade polariza as redes sociais, os angustiados, esotéricos e catastróficos se alternam, enquanto o que era problema no passado se relativiza, já se veêm peixes nas águas claras dos canais de Veneza e as tartarugas saem calmemente para reproduzir nas praias da Índia.
Enquanto se procuram os responsáveis pela pandemia, a Terra agradece o tempo parado do homem.
A única certeza é que sairemos diferentes, seja por novos hábitos adquiridos ou pela nova consciência que se desenvolve, suportado pela conexão Global.
Sim, esta é a verdadeira revolução digital e o tempo pode nos mostrar que o verdadeiro vírus destruidor de mundos, somos nós.
(*) Marcelo Lobianco é CEO da IPG Media Brands
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