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Eu quero meu publisher de volta!
Falta de referência. Perdeu-se a base comparativa, as linha editoriais, sejam elas de esquerda, centro ou direita. Nunca antes neste país, ou no mundo, se comprou tanto gato por lebre.
Falta de referência. Perdeu-se a base comparativa, as linha editoriais, sejam elas de esquerda, centro ou direita. Nunca antes neste país, ou no mundo, se comprou tanto gato por lebre.
ProXXIma
23 de janeiro de 2018 - 7h51
Por Marcelo Lobianco (*)
Digital chegou trazendo o tal do empoderamento, facilitando tremendamente a produção de fotos, vídeos, música, resenhas e textos.
Sua voz é ouvida, seus reviews têm valor.
Você pode se tornar um renomado fotógrafo somente captando o cotidiano de Nova Iorque, um aclamado chefe de cozinha que publica vídeos de sua bancada, cantor de folk que toca violão no metro e cria clipes no You Tube, ou mesmo um escritor policial, que aprendeu como publicar seu livro na Amazon.
A baixa barreira de entrada explodiu exponencialmente a quantidade de conteúdo disponível na web…eu disse quantidade. Logo volto no assunto.
Do lado consumidor, me livrei das amarras editoriais, das grades televisivas, das barreiras impostas pelas gravadoras, dos formatos enlatados em acordos comerciais. Sou livre para consumir conteúdo da forma e estilo que eu quiser.
Não preciso de editorial para me dizer como devo analisar um tema polêmico.
Eu monto minha própria visão após coletar informação em diferentes meios, consumindo conteúdo freneticamente, como um pacote de balas sortidas.
E isso é ótimo, diversos sabores e temperos, acesso democrático desde que se tenha assinatura de um pacote de dados.
A mídia ofline começou a sofrer com a chegada do Google e a crise aumentou com as redes sociais, capitaneada pelo Facebook. O eterno dilema da audiência gerada pelas empresas de tecnologia x capacidade de monetização está longe do fim.
A posição editorial do veículo perde relevância no novo mercado publicitário, frente aos dados coletados sobre o perfil do seu cliente, independentemente do conteúdo que consome.
Isso é um problema para a indústria de publicidade, mas o problema é maior.
O que a eleição de Trump, marcada por um mix de Fake News e robôs russos, a polarização política que enfrentamos no Brasil, o crescimento de grupos radicais e a banalização da violência têm em comum com esta nossa recente história moderna ?
Falta de referência. Perdeu-se a base comparativa, as linha editoriais, sejam elas de esquerda, centro ou direita.
Essa enorme quantidade de informação a disposição do usuário, totalmente livre e gratuita, sem controle, filtro ou curadoria, oferece uma explosão de qualquer coisa.
Vemos o pior da xenofobia, racismo e intolerância, defesas políticas maquiadas por Fake News, onde a fonte é desconhecida e o rastro da “notícia” se espalha na velocidade dos compartilhamentos insanos.
É a mentira repetida várias vezes até que se transforme em verdade.
Nunca antes neste país, ou no mundo, se comprou tanto gato por lebre.
Eu quero meu publisher de volta!
(*) Marcelo Lobianco é CEO da Sapient AG2
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