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11 de dezembro de 2019 - 8h15
Por Conrado Cotomácio (*)
No último dia do evento São Paulo Tech Week, participei como convidado no palco Forbes, que acontecia no Spaces Berrini.
Durante esse dia, diversas pessoas influentes falaram sobre inovação e o uso de tecnologias emergentes no dia a dia das suas empresas.
Meu papel foi mostrar como é fundamental o uso da criatividade, por meio de métodos, e a construção de uma cultura que valoriza o ser humano e potencializa a construção e a distribuição de ideias.
Expliquei os principais pontos que, para mim, são importantes para ter uma cultura criativa.
Visualização
Aprofundar no problema até conseguir ver seus átomos e depois se afastar dele ao máximo para conseguir ter a big picture. É importante a imersão, mas o olhar de longe é muito útil para enxergar e medir o impacto do que estamos investigando ou criando.
Como Cappra fala “Torturar os dados até eles confessarem”.
Temos que debruçar no problema, mas olhar em volta e apresentar isso da forma mais visual possível para o time.
Assim como o mesmo quadro gera sensações nas pessoas, ver o problema de forma clara também desperta as mais diferentes ideias e soluções nas pessoas, e isso é extremamente rico.
Diversidade
Quanto mais diverso o time, mais olhares teremos sobre o problema, e a construção de uma solução realmente diferente começa a ser possível da mistura desse background e desses olhares.
Nunca vamos conseguir soluções novas sendo pensadas e feitas por pessoas com as mesmas referências e vivências.
Imaginar
Cruzar ideias, se questionar, imaginar, explorar sem filtro e sem restrições, nos ajuda a entender o potencial do que estamos fazendo e até a criar um roadmap para chegar nessa visão.
Não existe pensar fora da caixa.
Tudo que temos é o que colocamos dentro dela. Isso também limita o potencial do que criamos e inventamos. Nenhum grande gênio parecia ser desse mundo, tempo ou realidade.
A insensatez anda de mão dada com a criatividade e a inovação.
Quantas coisas que existem hoje, se comentadas há 5, 10 ou 20 anos seriam consideradas impossíveis?
Atrito
Consenso é uma mentira e é extremamente prejudicial no ambiente de inovação e criatividade. Quando alguém não concorda e se cala perdemos uma infinidade de possibilidades que poderiam ser geradas nessa inquietude, insatisfação ou reprovação.
Quando você falar para o seu time: Vamos para a direita! E todo mundo concordar, desconfie. Eles estão contaminados com o “consenso”. E, provavelmente, essa solução não vai ser tão boa quanto ela poderia ter sido se alguém tivesse falando: “e por que não para esquerda?”.
Portfólio
Nada pode ser jogado fora. Nem a mais doida, louca, cara, ou impossível ideia. Tudo pode ser construído ou reconstruído em cima de algo que não pode ser viabilizado agora.
Todas as ideias devem ir para a mesa e serem discutidas, pensadas e catalogadas.
O que é louco hoje, pode ser genial amanhã.
Resolução
Seja lá o que foi decidido, precisa ser fazível, medível e escalável para que gere uma resolução real para o problema.
No final, o processo criativo não é um ato, e sim um hábito que deve ser incentivado e cultivado todos os dias.
(*) Conrado Cotomácio é diretor de criação da Jüssi
Crédito da Foto: Marcelo Colmenero