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Já fez o seu bebê dormir hoje? Por Henrique Russowsky

Trago uma reflexão sobre minha experiência de primeiros dias cuidando de um recém-nascido e a relação que encontrei nisso com a gestão de campanhas no meio digital


9 de janeiro de 2015 - 5h37

POR HENRIQUE RUSSOWSKY, sócio e diretor de mídia da Jüssi

Há três meses me tornei pai. Mas meu objetivo com este texto não é expressar a minha alegria com a chegada do David e com o fato dele estar muito saudável e com um pai que não poderia estar mais feliz. Em vez disso, trago uma reflexão sobre minha experiência de primeiros dias cuidando de um recém-nascido e a relação que encontrei nisso com a gestão de campanhas no meio digital, um dos trabalhos realizados pela equipe da Jüssi.

Em primeiro lugar, assim como na gestão de uma campanha, no cuidado com um recém-nascido temos sempre um objetivo. No caso das campanhas, queremos vender mais, gerar mais leads, entre outros. Com relação a cuidar do David, minha mulher e eu temos como objetivo mantê-lo tranquilo e satisfeito. Para atingir esse objetivo, assim como no meio digital, fazemos uso de melhores práticas. No caso das campanhas, as melhores práticas costumam vir dos profissionais especializados, que já passaram por experiências diversas, em diferentes contextos. Já com o David, as melhores práticas vêm, especialmente, do pediatra e das ansiosas e prestativas avós.

Além das melhores práticas, em ambos os casos é importante estabelecer uma metodologia de teste e validação de hipótese. Assim como nas campanhas digitais, não temos controle sobre o bebê, que, no entanto, reage a tudo que fazemos para ele. Como nosso objetivo é que essa reação seja positiva, testamos e experimentamos, sempre buscando a mitigação do risco, para que o bebê sofra o mínimo possível, da mesma forma com que nos preocupamos com o bolso de nossos clientes e queremos que eles sofram, também, o mínimo possível.

O processo de teste e validação de hipóteses nas duas situações requer paciência, rigor e perspicácia. Paciência e rigor, pois precisamos aguardar até que uma amostra suficientemente relevante seja acumulada antes de tomar alguma decisão. Perspicácia, porque às vezes é necessário agir antes mesmo da amostra ser acumulada. Além disso, quando levantamos uma hipótese, em primeiro lugar, devemos considerar se a mesma é pertinente. Em outras palavras, não queremos testar tudo. Testamos apenas o que parece fazer sentido, pelo menos em um primeiro momento, para depois partirmos para testes mais ousados, em busca de resultados mais expressivos, sob a condição de um risco aumentado.

Para exemplificar melhor, voltamos às reflexões sobre o meu filho David. Para que ele cresça e se desenvolva de forma saudável, minha mulher e eu queremos criar para ele uma rotina que envolve banho, amamentação, brincar um pouquinho e dormir. Assim, sabemos que ele está “otimizado” quando não apresenta nenhum tipo de desconforto e completa seu ciclo diário, que inclui cinco mamadas, uma a cada três horas, e sono de mais ou menos dez horas.

É claro que esse ideal é difícil de ser atingido, da mesma maneira que é desafiador chegar às metas estabelecidas para uma campanha. Mas, para conseguirmos atingir o objetivo desejado, constantemente experimentamos caminhos de otimização, em busca do dia ideal para o David. O momento mais complicado para nós é a hora do banho, seguido da amamentação e a tentativa de colocá-lo para dormir. Nos primeiros dias, tentamos que ele dormisse o mais rápido possível, depois de tomar banho e mamar, para que eu ainda pudesse desfrutar de algumas horas de tranquilidade e sensação de dever cumprido, enquanto jantasse com minha mulher.

Portanto, a primeira hipótese que testamos foi manter as luzes apagadas, fazer silêncio absoluto e pegá-lo no colo para que adormecesse. Às vezes funcionava, às vezes nem tanto. Também, experimentamos levá-lo para a sala depois de mamar, mantendo uma conversa num nível normal e esperando que ele dormisse naturalmente. Essa também não se mostrou uma hipótese muito eficiente. Como resultado, combinamos nosso aprendizado a partir desses dois caminhos e, hoje, o David dorme no quarto depois de mamar e nós não somos tão rigorosos em relação ao silêncio. Até agora, esse tem sido o caminho de maior sucesso, que ainda não é perfeito, mas tem deixado nosso filho mais tranquilo, e aos poucos continuamos fazendo ajustes na "estratégia", criando e validando novas hipóteses.

Assim como na gestão de uma campanha, nesse processo tivemos que ter paciência e rigor para poder chegar a uma conclusão válida. Na hipótese em que o levamos para a sala, faríamos uma tentativa de dois a três dias. Porém, logo no primeiro, vimos que a experiência foi um desastre. Ele, de fato, ficou mais calmo por algum tempo, mas depois começou a se agitar e quando vimos já era muito tarde e ele não queria mais dormir. Assim, tivemos que ter perspicácia para abandonar o teste mesmo antes do seu fim previsto inicialmente, sempre tendo foco no objetivo: o bem-estar do David.

Na gestão de campanhas, os profissionais sabem a importância de seguir processos, buscando levantar hipóteses e, então, validá-las. Porém, o bom profissional é aquele que não só tem o rigor com os processos, mas que também sabe agir nas horas certas, ainda que o processo tenha que ser interrompido.

Em uma época de algoritmos, big data e compra programática, devemos fazer o uso da tecnologia para nos auxiliar na gestão das campanhas. No entanto, é imprescindível que haja um ser inteligente e com capacidade de discernir e saber tomar decisões atrás da máquina, da mesma forma que um pai deve estar constantemente atento para que seu filho fique sempre o mais tranquilo possível. Dizem que os filhos nos trazem ensinamentos e tenho visto que isso é verdade, mesmo. Feliz três meses, filho.

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