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O que aprendi após 140 conversas pelo mercado – II

Capítulo 2 — Liderança! Você ativa ou desmotiva sua equipe? Segue aqui meu olhar e aprendizados colhidos ao longo de 25 anos trabalhando em empresas da Velha Economia e de 140 conversas com lideranças e influenciadores do nosso mercado nos últimos meses.


19 de outubro de 2017 - 8h32

Capítulo 2 — Liderança! Você ativa ou desmotiva sua equipe?

Se você não leu o Capítulo 1, é só clicar aqui .

Quando penso sobre Liderança me vem a cabeça o verbo INSPIRAR ou em pessoas que propõe caminhos, incentivam e desafiam padrões, buscam o extraordinário nas pessoas e no que fazem, sempre com o compromisso de ouvir, extraindo o melhor de suas equipes, que estão em constante processo de crescimento e aprendizado.

O antagonismo desse personagem é o Chefe, que tem como dinâmica o verbo CONTROLAR. Ele prefere determinar caminhos, espera obediência, define regras, soluções ou tarefas, impondo muitas vezes a sua equipe uma forma de pensar e agir, sem deixar muito espaço para o diálogo e questionamento.

Algumas pessoas podem até gravitar entre a Liderança e a Chefia, mas arrisco a dizer que somos muito mais chefes do que líderes e acredito que isso tem um efeito muito perigoso nesse mundo em ritmo de evolução acelerada sem precedentes em que vivemos.

No passado, o papel do Chefe tinha mais ressonância, afinal existiam muitas tarefas manuais, baixa tecnologia, escassez de recursos e equipes pouco preparadas. Atualmente, num contexto de abundância de recursos, tecnologia sem precedentes e incertezas que nunca antes experimentamos, o Líder passa a ter e a desempenhar um papel decisivo nas organizações.

Provavelmente você está pensando se tem mais características de Chefe ou Líder, certo? então, vou propor uma reflexão:

Pense em como você age ou reage a situações de risco? O que acontece naquelas situações onde você não tem as respostas, nem o controle de todas as variáveis necessárias para tomar uma decisão? Pense num caso real e pessoal, tentando mapear quais foram seus pensamentos, sentimentos e principalmente atitudes?

E não vale pensar em outras pessoas, afinal temos uma inclinação natural para olhar e avaliar o que ou a quem nos cerca e bem mais dificuldade em observar a nós mesmos, mas aqui o convite é para olhar o “eu” e não o “outro“, ok?

Acredito que nosso melhor reflexo sempre estará numa foto, jamais num espelho, afinal nele sempre veremos refletidos nossos desejos, enquanto a foto mostra como verdadeiramente somos.

É interessante observar como agimos ao nos depararmos com RISCOS, independente se eles são pequenos ou grandes, reais ou mentais. Sim, acredite, eles podem ser mentais ou mesmo imaginários! Quem já teve medo de levantar a mão e fazer uma pergunta numa sala de aula lotada, com receio de ser julgado(a)? Somos bons em criar riscos, emular medos, antevendo algo que não é necessariamente concreto, mas uma previsão de um futuro possível.

Se você pratica qualquer esporte e já competiu, mesmo que por brincadeira, reflita o que acontece quando o juiz apita ou alguém diz a palavra “valendo”. Muitas vezes receios ou questionamentos entram em ação, alterando suas ações, injetando inseguranças e medos, afetando diretamente sua performance e resultado.

Estar nessas situações, nos conecta com nossos instintos mais primitivos de sobrevivência, nos remove do presente, levando nossa mente a divagar tentando antever cenários e acontecimentos futuros, eleva nossos medos, inseguranças, além de reforçar a nossa necessidade de controle e comando. Daqui sai uma crescente ansiedade que muitos estão experimentando atualmente.

Assim, em tempos de transformações aceleradas e incertezas, temos uma tendência natural de estarmos mais vigilantes, mais cautelosos, buscando preservar o que temos, o que algumas vezes nos leva à complacência e à inação.

Até aqui olhamos para nós mesmos, agora gostaria observar e imaginar o que pode acontecer quando outras pessoas se deparam com riscos reais ou imaginários. Imagine isso acontecendo onde você trabalha. Preocupante não? Um resultado provável é uma apatia ou paralisia de decisões, um medo ou mesmo uma busca por eliminar o que é diferente, o que não é compreendido ou até quem pensa diferente, afinal uma busca por proteção e a manutenção do que se domina e conhece ficam muito latentes.

É por isso que acredito que precisamos e precisaremos, cada vez mais de Líderes que inspirem, demonstrem e contagiem suas organizações com coragem, de propor caminhos, assumindo decisões e seus riscos.

Não existe INOVAÇÃO sem desconforto! Qualquer processo de mudança causa fricção e o LÍDER tem aqui um papel vital por sua coragem, perseverança e capacidade de cooptar pessoas e forças.

Esse líder que frente ao risco, não se apequena, mas chama a responsabilidade, busca soluções e mesmo sem ter todas as respostas, faz as perguntas certas.

Esse líder ao se deparar com declarações como “não sei”, “será que vai dar certo”, “isso nunca foi feito antes” sentirá motivação re-dobrada em explorar, aprender, sem a vaidade de querer saber tudo, mas movido a curiosidade de aprender fazendo, ciente de seu propósito de sempre fazer a diferença.

A capacidade de liderar está dentro de cada um de nós! é preciso de coragem, convicção e disposição para assumir riscos e errar, mas existe um aprendizado incrível nesse processo onde as empresas da Nova Economia tem muito a nos contar e ensinar.

Enquanto isso, os Chefes estarão escondidos, provavelmente culpando o mundo, o contexto, seus colegas, a economia, a empresa ou mesmo sua própria equipe num instinto de autopreservação nocivo ao desenvolvimento e evolução de qualquer organização.

O que você acha? Existe um líder em você?

(*) Alexandre Waklavowsky é profissional de marketing.

 

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