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#ONovoSempreVem: se os problemas são novos, por que seus métodos são os mesmos?

Prover boas experiências para este ser, vulgo ser humano, a ponto dele se tornar um fã de sua empresa é primordial para a sobrevivência em qualquer tipo de transformação. Isto pode ser um desafio em meio a enxurrada de informações que recebemos diariamente


21 de junho de 2018 - 9h36

 

Por Renato Castro (*)

Pego carona na campanha do @NubankBrasil, que transcreve um problema mais do que real para inúmeras empresas atualmente no Brasil e no mundo, e nos força a fazer uma reflexão: amamos nosso passado? Amamos tanto que ficamos presos a ele a ponto de não conseguirmos enxergar um palmo à nossa frente? Ficamos cegos diante da afirmação de que o novo sempre vem?

 

Segundo o futurista Gerd Leonhard, nos próximos 20 anos a humanidade sofrerá transformações mais profundas do que nos últimos 300. Então, uma enxurrada nos aguarda. Um relatório da McKinsey informa que, no Brasil, 15,7 milhões de trabalhadores serão impactados por toda esta transformação até 2030. E em consequência, inúmeras novas áreas de atuação surgirão, abrindo um leque de oportunidades.

 

Sem dúvida, o mundo tecnológico nos trouxe e nos trará novos problemas e, é claro, estes problemas chegaram acompanhados de novas possibilidades, mas nós insistimos em tentar resolver com processos e gerenciamentos antigos e tradicionais, aquela famosa cultura engessada das empresas, quando na verdade deveríamos ponderar que, para resolver novos tipos de problemas deve-se procurar novos tipos de abordagens e metodologias.

 

Se os problemas são novos, por que seus métodos são os mesmos?

 

Na época da Revolução Industrial, os desafios eram mais concretos e definidos, muitas vezes imutáveis. O pensamento analítico teve sua relevância para aquele momento. No mundo atual, com a tecnologia, a digitalização e os novos comportamentos decorrentes do processo de transformação digital, o ambiente é completamente imprevisível e complexo, não-linear, com sobrecarga de informações, um monte de dados, e, para variar, com prazos cada vez mais apertados. Então, como lidar com um mundo onde existem mais conexões entre dispositivos móveis do que entre pessoas, e onde há mais pessoas com acesso a um celular do que pessoas que possuem acesso a um banheiro ?

 

Bom, a resposta pode ter sido dada por Herbert Marshall McLuhan, lá em meados de 1967, quando publicou: “we shape our tools and then our tools shape us” (nós moldamos  nossas ferramentas e elas nos moldam). Sim, antes de falarmos sobre a chamada Transformação Digital, temos que começar a observar como nós mesmos, nossos filhos ou netos, estão sendo transformados ou moldados  pela tecnologia. Pois, não há dúvida que a tecnologia impacta direta ou indiretamente nosso comportamento, nossa sensação de tempo e nossa relação com as marcas, serviços ou produtos. Podemos entender neste cenário que a resposta a todas as perguntas feitas anteriormente estão no comportamento do consumidor, vulgo ser humano.

 

Prover boas experiências para este ser, a ponto dele se tornar um fã de sua empresa é primordial para a sobrevivência em qualquer tipo de transformação. Isto pode ser um desafio em meio a enxurrada de informações que recebemos diariamente, o que torna o processo de identificação e diferenciação empresarial doloroso. Mas uma coisa é certa: se você tratar seu consumidor melhor do que a concorrência trata, proporcionando uma experiência única em todos os pontos de contatos com a marca, você já estará sempre no jogo. Garanta boas experiências e monitore toda e qualquer interação, faça testes, construa uma cultura de dados alicerçada nos objetivos do negócio.

 

Procure entender de dados e comportamento humano, use estrategicamente estes domínios chaves – eles farão a diferença. Nunca antes, exatas e humanas precisaram ter um relacionamento muito sério, que traz um empoderamento que o fará crescer de maneira exponencial, com isso você entenderá melhor a ligação do seu consumidor com seus concorrentes, para entregar mais inovação e melhorar sua proposta de valor.

 

Além de todas estas competências técnicas, mais do que nunca, torna-se necessário o desenvolvimento de características implicitamente humanas, como, por exemplo criatividade, pensamento crítico e a capacidade de entender e se colocar no lugar do outro, a famosa empatia. Pontos que estão cada vez mais ocultos em meio a cultura digital das empresas. E serão eles que tornarão sua empresa mais humana.

 

Tudo sempre foi e sempre será sobre nós mesmos. Aqui, vale a máxima de Platão: “Conhece a ti mesmo”. Mas somos muito complexos para entender isto, não é mesmo?

 

Bons negócios.

(*) Renato Castro é sócio-fundados e CEO da Digital Land, de marketing digital.

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