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Como fortalecer o ecossistema de deep techs no Brasil?

O tripé mercado, academia e governo é essencial para estimular a produção de tecnologias baseadas em pesquisas de base, explica Raphael Augusto, diretor de inteligência na Liga Ventures


23 de março de 2021 - 6h00

O termo deep techs refere-se a startups pioneiras na descoberta ou desenvolvimento de tecnologias baseadas em pesquisa de bases e surgidas em universidades ou ecossistemas de inovação próprios. Segundo um estudo da consultoria BCG, biotecnologia, inteligência artificial, biotecnologia, bloackchain, robótica e drones; e eletrônica e fotônica são os principais segmentos que estão levando para a frente pesquisas de inovação profunda. Para o ProXXIma, Raphael Augusto, diretor de inteligência na Liga Ventures, aceleradora focada em conectar startups e grandes corporações, explica a importância do tripé mercado, academia e governo no fortalecimento do ecossistema de deep techs no Brasil: “A academia, hoje, é o principal fomentador das deep techs no País, muito pela sua proximidade e entendimento das dinâmicas necessárias de profundidade das pesquisas para a construção de soluções diferenciadas”. O profissional, ainda, aponta os desafios para as startups em realizarem inovação profunda e explica como estimular a produção de tecnologias baseadas em pesquisas de base.

 

Raphael Augusto, diretor de inteligência na Liga Ventures (crédito: divulgação)

Fortalecendo o ecossistema de deep techs
Quando analisamos do ponto de vista de sustentação e fortalecimento desse tema, no tripé mercado, academia e governo, a academia hoje é o principal fomentador das deep techs no País, muito pela sua proximidade e entendimento das dinâmicas necessárias de profundidade das pesquisas para a construção de soluções diferenciadas. A aproximação do mercado com a academia e o entendimento desta mecânica é chave fundamental nesta evolução, pois assim teremos projetos, cada vez mais, próximos da validação necessária para a sua aplicação e conversa com os potenciais consumidores. O governo, nesse contexto, precisa cumprir seu papel de incentivador e facilitador, com políticas robustas, consistentes e que perdurem no horizonte de tempo necessário para esses desenvolvimentos. É preciso entender que investir em tecnologias profundas é um investimento tão importante quanto outros investimentos estruturais. O país que estiver na ponta dessas transformações terá uma atratividade ímpar e reflexos positivos no seu desenvolvimento econômico, pois será um fornecedor global. Dos dez maiores fundos de venture capital do mundo, oito tiveram seus maiores investimentos alocados em deep techs, nos últimos anos.

O país que estiver na ponta dessas transformações terá uma atratividade ímpar e reflexos positivos no seu desenvolvimento econômico

Os desafios para startups realizarem inovação profunda
Para que tenhamos um ambiente propício para este tipo de desenvolvimento aqui no Brasil, há uma necessidade de entendimento pelos atores do ecossistema da dinâmica real deste tipo de inovação. Se eu pudesse citar dois desafios que são mais contemporâneos ao momento em que vivemos, eu citaria investimentos e aproximação da academia com o mercado. Precisamos que os investidores, independente do seu tipo, compreendam e desenhem fluxos de investimentos adequados às dinâmicas das deep techs, assim como precisamos que os P&Ds e áreas de inovação das empresas se aproximem de forma consistente dos habitats de inovação do País, para a construção de soluções mais aderentes às necessidades do mercado

As deep techs necessitam de um alto grau de profundidade e pesquisa até chegarem a um produto/serviço disponível. E, por isso, são consideradas o futuro das tecnologias

Como estimular a produção de inovação profunda
É preciso entender que as deep techs exigem um horizonte diferente do que estamos vivenciando, como sintetização das startups. As deep techs necessitam de um alto grau de profundidade e pesquisa até chegarem a um produto/serviço disponível. E, por isso, são consideradas o futuro das tecnologias. Estão traçando, muitas das vezes, todo o pano de fundo onde as novas aplicações dos próximos anos vão poder existir. Diante disso, precisamos de mercado, academia e governos trabalhando em consonância e com consistência, tanto para expor as reais necessidades do mercado futuro, quanto para formar cabeças qualificadas e sustentar os investimentos necessários para que essa engrenagem funcione.

*Crédito da foto no topo: Piranka/iStock

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