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A importância de ambientes inclusivos na cultura de inovação

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Opinião

A importância de ambientes inclusivos na cultura de inovação

O momento não expôs apenas, de maneira evidente, a importância da inovação e da jornada digital, ele também escancarou a necessidade da inclusão


25 de novembro de 2020 - 8h00

O tema Inovação ganhou novos contornos no momento atual, onde a pandemia acelerou a jornada digital, movimento que já vinha ocorrendo dentro de várias organizações. Mais do que nunca vimos que a tão falada transformação digital deixou de ser um conceito abstrato para se tornar uma realidade tangível para as empresas e para as pessoas e com isto a inovação passou a ser um fator ainda mais definitivo de diferenciação ou até mesmo de sobrevivência para muitas empresas.

Mas o momento atual não expôs apenas, de maneira evidente, a importância da inovação e da jornada digital. Ele também escancarou a necessidade da inclusão e do protagonismo das pessoas na construção da cultura de inovação. Pensar em inovação e tecnologia é compreender que isso só acontece quando uma soma de fatores – como diversidade de ideias, de pensamentos e de backgrounds sociais – se unem para formar a inteligência coletiva. Quando atentas, cada vez mais as empresas começam a perceber que a união de pessoas com formações profissionais diferentes, experiências distintas e histórias de vidas únicas ajudam a construir os seus grandes valores para um futuro próximo.

Para falarmos de Inovação é interessante primeiramente desmistificamos e simplificarmos o seu conceito. Gosto de ver a inovação como a capacidade corporativa de resolver problemas de forma simples e criativa. A partir daí, considerando o quão diversa é a nossa sociedade e os nossos consumidores e também o nosso contexto atual – alta velocidade de mudanças e muita imprevisibilidade, exigindo respostas rápidas mesmo na incerteza – a inovação como ferramenta de solução dos nossos problemas atuais passa fundamentalmente pela construção colaborativa e pela inteligência coletiva. Estas duas habilidades corporativas tornam as organizações capazes de formularem respostas rápidas e criativas e sobretudo aderentes às necessidades dos seus consumidores e da sociedade. É exatamente este cenário que requisita a expressão da diversidade dentro de uma empresa que trilha a jornada de transformação digital.

Entendendo o caminho, é mais do que essencial trazer à tona a discussão de como a Diversidade e a Inclusão (D&I) impactam os processos de inovação e transformação digital das organizações, especialmente em momentos sensíveis como o que estamos vivendo. Um estudo, produzido pela Blend Edu, se propôs a ir a fundo em compreender os desdobramentos e como as empresas podem seguir potencializando as suas estratégias de D&I durante a pandemia. Ouvindo cerca de 45 grandes empresas brasileiras como Natura, Carrefour, Ambev, entre tantas outras, foi constatado que estamos avançando na direção correta. O entendimento da necessidade da inteligência coletiva e da promoção de ambientes transparentes e colaborativos se consolida cada vez mais na gestão das grandes organizações.

Mas ainda há muito a ser feito. Promover este awareness, esta expansão de conhecimento e entendimento da profundidade dos temas de Diversidade e Inclusão para o mercado e sociedade é papel de cada um de nós, especialmente das lideranças. Para estas, a chave inicial da mudança está na reconstrução do mindset do líder, da sua mentalidade de gestão, que precisa deixar de ser de “comando e controle” para assumir um papel de exemplo ativo e suporte nas questões que tangem D&I nas empresas. O caminho que resulta na inovação tão almejada pelas companhias passa pela gestão humanizada e pela construção de um ambiente seguro de co-criação, engajamento e criatividade dos times e das pessoas, onde elas podem ser quem são e podem contribuir com o seu background. A gestão humanizada é chave na construção do impacto.

Como fruto dessas discussões, já podemos ver uma aceleração, ainda não suficiente mas já perceptível, de ações tão positivas que vêm transformando para melhor a vida das pessoas, dos grupos minorizados e também dos grupos de privilégio, que começam a compreender as suas posições de aliados. Com essa ampliação do olhar, vamos, pouco a pouco, criando ambientes corporativos mais heterogêneos, harmoniosos, criativos, inteligentes e mais humanos que sobretudo entendem melhor a sociedade na qual vivemos e se tornam melhor aptos a desenhar produtos, serviços e soluções para esta sociedade. Se queremos potencializar a evolução individual e única das pessoas, a Diversidade e a Inclusão são alavancas poderosas para isso. Elas geram sensação de pertencimento, motivação e engajamento, potencializando a cultura criativa de inovação. Dar para a pessoa a liberdade de ser quem ela é, ainda é uma das melhores formas de provocar e alcançar o seu melhor potencial.

A compreensão de que a verdadeira transformação digital é a transformação de cultura muitas vezes não é assimilada. Para muitos, somente o aspecto da tecnologia entra nessa equação. Mas o que é a tecnologia sem o olhar humano das pessoas, ou sem a sua utilização como ferramenta que habilita a solução dos nossos problemas? Por trás do uso adequado e eficaz da tecnologia há sempre uma atitude ou decisão humana. A adoção de novas tecnologias como machine learning, inteligência artificial, big data e várias outras, sim é desafiador, mas sem dúvidas não é o principal desafio para uma empresa se tornar inovadora e digital. O maior desafio está em engajar as suas pessoas em um novo comportamento corporativo, em uma nova mentalidade aberta à experimentação, às trocas de conhecimentos e ao amplo poder de pensamento diverso. Está em criar uma cultura de inovação que seja sustentável, em um ambiente de muitas mudanças e imprevisibilidade.

Novas formas de usar a tecnologia surgem todos os dias e são excelentes ferramentas para direcionar estratégias e suportar decisões. Mas não basta se cercar de tecnologia sem entender qual é, no final das contas, o real problema a ser solucionado. O segredo está em entendê-la como meio e não como o impacto por si só. Ser digital é tratar tanto o passado como o futuro por meio da inteligência coletiva e agir de forma eficaz a partir de dados de qualidade, garantindo entregas de soluções inovadoras alinhadas às necessidades das pessoas na sociedade. Desta forma, a Diversidade e a Inclusão são alavancas chaves para a verdadeira transformação. Elas habilitam nas organizações a criação da cultura da inovação que gerará impacto para os seus negócios e para a sociedade. Ser digital é entender acima de tudo que a tecnologia está aí para servir as nossas necessidades como seres humanos, diversos por natureza.

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