Opinião
Marketing, softwares e algoritmos: profissionais T-shaped seriam a solução?
É válido trazer para a discussão o quanto o fator humano é – e continuará sendo – relevante na definição de estratégias através da tecnologia
Marketing, softwares e algoritmos: profissionais T-shaped seriam a solução?
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16 de setembro de 2021 - 6h00
Não é nenhuma novidade que a tecnologia é hoje uma das principais disciplinas na definição de estratégias de marketing e que quanto maior a cultura data driven, mais assertivas serão as tomadas de decisão.
O desafio ainda é: temos profissionais de marketing realmente capacitados o suficiente para um debate sobre algoritmos? Ou talvez qual o nível de profundidade que deveríamos ser aptos a discutir?
Muito também se discute sobre a relevância dos algoritmos e, principalmente, seu impacto para atingir o público desejado ou tornar uma marca relevante, por exemplo, abordando o tema de uma maneira mais genérica. Nessas discussões também vale a ressalva de que o algoritmo precisa ser visto como um aliado e não como uma forma de restringir a criatividade. Mas como fazer isso?
Por mais impacto e valor que a tecnologia gere no marketing, muito através do big data, os insights não nascem apenas a partir de moldes tecnológicos. Mesmo que a jornada do consumidor seja cada vez mais mensurável, os fatores externos e o comportamento humano também precisam ser levados em consideração antes das tomadas de decisão ou qualquer investimento.
Para também buscar um ponto de equilíbrio vale ir além e observar como anda o mercado como um todo. Os dados vêm de uma orientação tecnológica? Sim. Mas os algoritmos podem mandar na cena toda? Devemos esquecer ambientes físicos e talvez menos “techs”? Acredito muito que a melhor resposta é: nem sempre!
O conceito de “martech” não é exclusividade de startups e tem sido cada vez mais aplicado em qualquer empresa. Empresas que adotam a união de “marketing” e “technology” são voltadas para a otimização de tarefas, redução de desperdícios e adoção de métodos de trabalho ágeis focadas em estratégias de marketing. Mas colocar os insights nascidos dos dados ainda é desafiador.
As equipes multidisciplinares ou squads são ótimas formas de otimizar a análise de dados com foco em resultados e alta performance. Quando profissionais de diferentes expertises e qualificações trabalham juntos, trazem consigo diferentes visões e experiências complementares.
Portanto, é válido trazer para a discussão o quanto o fator humano é – e continuará sendo – relevante na definição de estratégias através da tecnologia.
A utilização de softwares de análises de dados faz parte da rotina, mas é necessário ter a consciência de que ferramentas são apenas meios e que se tornam obsoletos ou podem ser substituídos. O mais importante é saber como utilizar os dados para tomar decisões.
Para os profissionais que buscam se desenvolver para uma cultura data driven, vale estudar sobre gestão de processos, automatização de marketing, funil de vendas, relacionamento com o consumidor e mensuração de dados.
Como o mercado muda constantemente, ser um profissional T-shaped também pode ser visto como um diferencial daqui para frente. Para se tornar esse tipo de profissional é preciso ter alguma especialização, não necessariamente ser um especialista, e também ter várias outras habilidades multidisciplinares mais generalistas.
É claro que uma combinação eficiente entre soft skills e hard skills é a melhor forma de se destacar profissionalmente, em qualquer campo de atuação. Por isso, a liderança precisa estar atenta sobre o equilíbrio de habilidades na formação de equipes.
As vantagens de ter uma empresa voltada para dados são muitas. Desde reduzir custos, otimizar processos, tomar decisões mais assertivas, dar maior autonomia aos colaboradores e até mensurar melhor os resultados. Durante o processo de implementação dessa cultura, vale lembrar – as pessoas são o fator mais valioso para dar certo.
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