Empresários, Executivos e Profissionais da comunicação, como estamos direcionando os nossos esforços?
Saí do SXSW com a impressão de que você escolhe as suas trilhas, mas as trilhas também te escolhem.
Saí do SXSW com a impressão de que você escolhe as suas trilhas, mas as trilhas também te escolhem.
15 de março de 2023 - 20h00
Saí do SXSW com a impressão de que você escolhe as suas trilhas, mas as trilhas também te escolhem.
Foi assim, não conseguindo entrar em uma palestra sobre AI, cuja fila virava corredores e corredores que, para não perder o momento, acabei entrando em uma sala qualquer ao lado da qual eu queria estar a princípio.
Para a minha surpresa, estava lá Hamdi Ulukaya, fundador e CEO da marca de iogurtes mais vendida dos Estados Unidos, a Chobani. Hoje um bilionário mapeado pela Forbes, Hamid começou seu negócio com um empréstimo no banco e a vontade – ódio do modelo existente, segundo ele – de fazer negócios de uma maneira diferente: “com a missão de tornar alimentos nutritivos e de alta qualidade acessíveis a mais pessoas, enquanto elevamos nossas comunidades e tornamos o mundo um lugar mais saudável.”
Pode ser inocência minha, mas vendo Hamdi contar sua história e como a comunidade foi primordial para que a empresa chegasse onde está em tão pouco tempo, eu acreditei.
O negócio lucrativo como propulsor de desenvolvimento também foi tema da palestra de Ryan Gellert, CEO da Patagônia. Consciente dos impactos que a indústria fabril exerce sobre o meio ambiente, Gellert enxerga que o segmento ainda não se uniu em prol de uma mudança radical e necessária, e enfatiza como a transparência e a consistência de valores conseguem resolver a equação de gerar lucro e ainda criar valor para os colaboradores, os executivos e a sociedade.
Sim! Empresas com valores e propósitos bem definidos têm uma enorme força propulsora de mudanças. E também acredito nisso.
E eis aí que eu, pensando nesses dois homens tentando fazer diferente na matemática dos negócios, que me deparo com Heather McGhee, mulher, preta, e autora do bestseller “O que o racismo custa a todos e como podemos prosperar juntos” (tradução literal), detonando a visão de soma zero em que para que um ganhe, o outro tem que perder.
Na visão de McGhee, essa dinâmica, em que lucro de um é igual a perda de outro, estabelece que empresas e pessoas – ou pessoas e pessoas – nunca joguem num mesmo time.
O jeito que ela relatava sua jornada, sendo ela mesma uma personagem da exclusão, me emocionou. E acreditei, acima de tudo, que esse modelo mental de negócios “de sucesso” que nos impuseram precisa mudar.
O que nos impede de usar nossas empresas, nossa comunicação e nosso esforço diário para derrubar falsas ideologias que nos dividem enquanto sociedade? Fica aqui minha provocação e meu desejo de que mais alguém presente no SXSW tenha sido escolhido, também, por essa trilha :).
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