SXSW Londres x Austin: o que muda na estreia britânica do festival?
Londres está fazendo o que sabe fazer de melhor, propondo um SXSW com cara de metrópole global, criativa, diversa e conectada
Londres está fazendo o que sabe fazer de melhor, propondo um SXSW com cara de metrópole global, criativa, diversa e conectada
3 de junho de 2025 - 11h32
O SXSW (South by Southwest) atravessou o Atlântico e aterrissou em Londres, mas não espere um Ctrl+C Ctrl+V da versão texana.
A primeira edição europeia do festival traz diferenças relevantes de formato, foco e atmosfera e aponta um novo caminho para um dos principais eventos de criatividade e inovação do mundo.
A seguir, um comparativo entre o SXSW Londres e o SXSW Austin, para você entender o que muda de fato.
No SXSW London, como esperado, o line-up é menos hollywoodiano e mais centrado em vozes britânicas e europeias. Os grandes nomes por aqui são Demis Hassabis (cofundador da DeepMind), Idris Elba (ator e empreendedor cultural) e Jane Goodall (ícone da ciência ambiental).
Diferente de Austin, os keynotes em Londres são exclusivos da programação de filmes. Os principais conteúdos dessa edição estão organizados em painéis com convidados, um formato que já sinaliza uma proposta distinta da americana.
Das figurinhas repetidas de Austin, aparecem poucos nomes: Ben Lamm (CEO da Colossal), Dan Clancy (CEO da Twitch), Cindy Gallop (ativista) e Rohit Bhargava (futurista).
A programação do SXSW Londres propõe uma nova programação, com suas 23 trilhas temáticas agrupadas em quatro grandes temas: Tecnologia & Inovação, Sociedade & Governança, Cultura & Criatividade e Negócios & Liderança.
Tecnologia & Cultura concentram o maior número de sessões, mas o que chama atenção é a robustez da categoria de Negócios & Liderança, com trilhas dedicadas a fintechs, venture capital e e-commerce – o que faz total sentido em uma cidade que é um dos maiores centros financeiros do mundo.
Venues: da arquitetura moderna ao charme vitoriano
Esqueça os hotéis envidraçados e grandiosos de Austin. Em Londres, o SXSW vai ocupar espaços históricos e industriais. O Truman Brewery, uma antiga cervejaria no East London, funcionará como o “ACC britânico”, com a maior sala tendo capacidade para 800 pessoas (bem menor que o Ballroom D de Austin, que comporta até 2.500).
Outros espaços escolhidos reforçam a identidade da cidade. A Shoreditch Town Hall, câmara municipal; a Shoreditch Electric, que funcionava como usina de energia; e o Spitalfield Market, um mercado cool que abriga feiras, restaurantes e será palco de parte da programação de moda, ajudam a ancorar o evento em uma Londres mais autêntica.
A pegada experiencial da edição londrina é um dos grandes diferenciais. Entre os destaques:
E claro, experiências de marca que vão ocupar os espaços com ativações criativas porque, afinal, continua sendo uma edição do SXSW.
A música também muda de sotaque. A curadoria é de Adem Holness (ex-Southbank Centre) e mais de 80 selos, estúdios e empresas de mídia, de Abbey Road Studios a BBC, passando por Rolling Stone e Billboard.
Sai de cena o folk rock, chapéus e botas de cowboy. Entram em cena showcases como Queer Jazz, Premier Gospel, BBC Asian, ReaggaeRecipe e uma seleção muito fina do melhor da diáspora africana, do afrobeat ao drum’n’bass. Alguém falou aí em Erykah Badu? Sim, ela estará lá também.
Londres não está tentando ser Austin. Está fazendo o que sabe fazer de melhor, propondo um SXSW com cara de metrópole global, criativa, diversa e conectada. Nós, do oclb, já estamos em Shoreditch para explorar mais uma edição do SXSW. Compartilharemos aqui como será a estreia Europeia do SXSW.
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