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De 2 a 7 de junho de 2025 I Londres
SXSW

The Power Shift: quando tecnologia e inovação voltam a ser sobre pessoas

No cruzamento entre publicidade e tecnologia, o que define o futuro não é apenas inovação — mas colocar o propósito no centro das decisões


6 de junho de 2025 - 14h19

Estou em Londres esta semana para um offsite global de liderança. E confesso: poucas cidades me inspiram tanto quanto essa. Londres é múltipla, charmosa, diversa. Uma cidade onde tradição e disrupção dividem o mesmo metrô, e onde cada esquina parece guardar uma nova ideia esperando para acontecer.

Aproveitei a viagem para estender a estadia e mergulhar na edição europeia do SXSW. E foi justamente entre as conversas sobre IA generativa, medicina personalizada e o futuro da criatividade que encontrei algo ainda mais potente: uma redescoberta daquilo que nos torna humanos.

Não foi uma nova tecnologia que me tirou o fôlego — foi uma velha pergunta:

Por que — e para quem — estamos criando tudo isso?

Em tempos de automação acelerada, a inovação que realmente importa é aquela com intenção. Com direção. Com alma.

 

Tecnologia sem propósito não move cultura

No painel “View from 2050”, futuristas refletiram sobre como a inteligência artificial vai transformar o mundo. Mas também alertaram: se não soubermos onde queremos chegar, corremos o risco de apenas automatizar o vazio.

A boa notícia? O que sobra para os humanos continua sendo o que há de mais valioso: criatividade, visão, empatia, conexão.

No futuro, a vantagem competitiva não estará em ter tecnologia, mas em como e por que ela está sendo usada.

 

Cultura é estratégia. E começa na liderança.

No painel “Power Shift: Imagining Female-Centric Cultures”, líderes de empresas como Williams F1 e Sony Music mostraram como repensar estruturas de dentro para fora — criando ambientes que não só atraem talento, mas o fazem florescer.

Na Sony, uma política de apoio à creche de até 15 mil libras por ano virou símbolo de retenção, pertencimento e employer branding. Na Ricci, startup fundada por duas jovens britânicas, a cultura de confiança e flexibilidade é o que sustenta a performance.A mensagem é clara: quem cuida de pessoas, constrói negócios mais forte.

 

Creatividade como cura — e diferencial competitivo

No painel “Healing Arts in the Age of Anxiety”, especialistas da OMS apresentaram dados sobre o impacto da arte na saúde mental. A ciência comprovando o que, intuitivamente, já sabemos: criar juntos cura.

Cantar, pintar, dançar — essas expressões não são apenas válvulas de escape.

Elas são ferramentas de conexão, pertencimento e, sim, inovação.Num mundo cansado de excesso de ruído e escassez de afeto, marcas que tocam de verdade serão as que permanecem.

 

Publicidade, tecnologia, cultura: está tudo conectado

O SXSW Londres deixou claro: o futuro da comunicação não está só nos algoritmos, mas nas perguntas que temos coragem de fazer.

  • Estamos criando algo que o mundo precisa — ou só algo que performa?
  • Nossa marca tem o quê a dizer — além de tentar vender?
  • Estamos liderando com visão — ou só reagindo ao próximo KPI?

As respostas não vêm só dos dados. Vêm da escuta, da presença, da capacidade de imaginar o que ainda não existe.

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