Futuro da comunicação na era da transformação digital

23 de agosto de 2024 - 17h23

(Crédito: Shutterstock)

A mídia está vivenciando uma profunda transformação na produção e distribuição de conteúdos, assim como na maneira como os usuários os consomem. Até recentemente, assistir televisão significava ligar o aparelho televisor e escolher entre os canais disponíveis. Hoje, contamos com uma multiplicidade de dispositivos, como celulares e tablets, além de diversas plataformas de streaming. Na era da economia da atenção, o Brasil é o segundo, entre 46 países, onde as pessoas passam mais tempo em frente às telas, sendo aproximadamente 9 horas e 32 minutos, de acordo com a pesquisa realizada pela Electric Hubs, em 2023.

Nesse sentido, o papel das mídias é compreender o que sua comunidade espera, para entregar um conteúdo contextualizado e personalizado, tornando-se ainda mais relevante ao atender essas demandas. Na onda da transformação, o tradicional e o novo se complementam em prol da inovação, onde cada formato tem seu momento e espaço para atender às necessidades dos consumidores. A disponibilidade de informações em diferentes plataformas e horários é uma estratégia eficaz para atender a cada público de forma única.

É crucial enfatizar que estamos vivendo um verdadeiro tsunami na indústria de comunicação, já que a tecnologia tem impactado e continuará impactando os conteúdos, os modelos de distribuição e a monetização. A Inteligência Artificial (IA) generativa, por exemplo, está tornando a criação de materiais mais acessível, além de ajudar a personalizar a experiência do usuário. Para navegar por essa onda, é essencial construir confiança — que, por sinal, está em níveis historicamente baixos —, especialmente no que diz respeito à privacidade e regulamentação, temas que serão cada vez mais discutidos.

A introdução de novas regulamentações, como as que emergem na União Europeia, e o impacto contínuo das mudanças na lei de direitos autorais devido ao uso de IA generativa, são aspectos críticos que moldarão o futuro da mídia, já que essas alterações legislativas e regulamentares podem redefinir as regras do jogo e exigir que as empresas de mídia se adaptem rapidamente.

Com a crescente importância da presença digital, é fundamental que as organizações que publicam online compreendam como os consumidores buscam e descobrem novas informações. Segundo o ‘Relatório de Tendências Tecnológicas’ de 2024, da futurista Amy Webb, o cenário em transformação das buscas e das mídias sociais está redefinindo o modo como as pessoas interagem com o conteúdo e se adaptam às novas tecnologias. Essa evolução é especialmente relevante para o setor de mídia, pois influencia diretamente a forma como as notícias são lidas, assistidas e ouvidas, oferecendo insights valiosos sobre a adaptação do público a novos dispositivos e formatos de mídia.

Além disso, a facilidade de criar conteúdo com ferramentas de Inteligência Artificial (IA) enfatiza a necessidade de verificação rigorosa da autenticidade das informações. Não é mais apenas responsabilidade dos jornalistas, mas de todas as organizações que publicam conteúdo online. A capacidade de discernir fatos reais em meio a um mar de desinformação é essencial para manter a credibilidade e a confiança em um ambiente onde esses valores estão cada vez mais em risco. Portanto, acompanhar as tendências é vital para que as empresas se mantenham relevantes e capazes de responder às rápidas mudanças tecnológicas e culturais que afetam o comportamento do consumidor.

No contexto atual, caracterizado pela disponibilidade de diversas tecnologias e uma disrupção significativa na forma de consumir, o processo de transformação digital se alinha com as necessidades das pessoas, onde as transformações são constantes. Sendo assim, a evolução se materializa quando estamos presentes onde nossa comunidade está, trazendo inovação e conteúdos relevantes e modernos.