A (provável) última copa da Rainha Marta

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Opinião

A (provável) última copa da Rainha Marta

Copa Feminina vem carregada de expectativas e fazendo história na evolução do esporte


16 de junho de 2023 - 9h24

Marta (Crédito: Jamie Squire/Getty Images)

Estou bem monotemática por aqui, eu sei. Mas vendo o crescimento e a relevância que o futebol feminino ganhou nos últimos tempos e estando tão perto do momento mais importante da modalidade, não tem como ser diferente. Estamos há pouco mais de 30 dias do início da Copa Feminina. Copa essa que vem carregada de expectativas e fazendo história na evolução do esporte. 

Comecemos por alguns pontos que ainda estavam incertos. Em abril desse ano, a FIFA veio publicamente através de seu presidente em tom de ameaça que alguns países europeus como Inglaterra, Espanha, França, Itália e Alemanha não teriam o torneio transmitido esse ano, pois as emissoras desses países haviam feito ofertas extremamente baixas pelos direitos, que em alguns casos não chegavam a 3% dos valores pagos pelos direitos da competição masculina. Ainda que algumas posições da FIFA sejam questionáveis, não tem como negar que essa receita é de extrema importância para o aumento de premiações pago as jogadoras e seleções, por exemplo. Só no mundial de 2023, a FIFA triplicou o valor que será distribuído as seleções. Importante ressaltar que ainda assim, o valor de US$152 milhões de premiação que serão distribuídos esse ano, é quase três vezes menor que os US$ 440 milhões que foram pagos no torneio masculino em 2022. 

Mas a pressão do presidente da FIFA vem bem a calhar. Conseguiu mobilizar a opinião pública na Europa para pressionar as redes de TV a pagarem um preço mais justo pelo torneio. A BBC na Inglaterra e M6 e France Television na França, parecem estar mais dispostas e estão perto de fecharem acordos de transmissão. Já Alemanha, Espanha e Itália ainda seguem na incerteza de terem transmissão ou não. 

Bom, trazendo para o lado de cá do oceano, os direitos já estão certos no Brasil. Globo na TV Aberta, SporTV na TV paga e assim como na Copa masculina, teremos a Cazé TV em seu canal no YouTube.  

Com transmissão garantida, o que podemos esperar? Bom, possivelmente essa será a última copa da nossa Rainha Marta, que ficou um bom tempo afastada da seleção por uma lesão no joelho e que teve uma nova lesão na coxa que a tirou da última convocação. Com 37 anos, as expectativas são de que ela possa se recuperar a tempo de jogar essa que deverá ser sua última copa – Marta terá 41 anos no próximo mundial. 

E a seleção busca um feito inédito de buscar o seu primeiro título mundial no feminino. Mesmo sem ser uma das grandes apostas, o time brasileiro vem fazendo boas aparições e uma campanha regular. E a vontade das jogadoras brasileiras é muito similar ao sentimento dos argentinos com Messi na última copa masculina: coroar a maior de todos os tempos com o único título que falta em sua carreira. 

Além de obviamente assistir aos jogos e falar sobre a Copa, como podemos incentivar a nossa seleção e o futebol feminino? 

O fuso da Nova Zelândia e Austrália não é tão favorável para nós como foi na última copa masculina, mas algumas empresas como O Boticário e Mediabrands já comunicaram aos colaboradores a flexibilidade nos horários de trabalho para que eles possam acompanhar aos jogos. O Brasil na fase de grupos jogará nos dias 24/07 às 8h em sua estreia contra o Panamá, dia 29/07 às 7h contra a França e no dia 02/08 também às 7h contra a Jamaica. 

Assista, comente, convide seus amigos e familiares para assistir. Vamos criar uma torcida positiva e valorizar o trabalho das nossas jogadoras, que percorreram um árduo caminho para chegarem ao reconhecimento que estão começando a experimentar de forma mais ampla. E principalmente, mostre as crianças como o esporte feminino também é excepcional. 

Consuma e divulgue as marcas que estão presentes e apoiando as jogadoras e a seleção, bem como o futebol feminino. A continuidade desse apoio financeiro pelas marcas é fundamental para o crescimento e profissionalização do esporte. 

Valorize a imprensa esportiva que cobre o torneio. Têm aumentado a exposição de notícias e conteúdos sobre o futebol feminino, e quanto mais consumimos, mais profissionais são reconhecidas e valorizadas em seu trabalho. 

Incentive. Se tem filhos pequenos assim como eu, que tal dar a eles o álbum da copa feminina que acabou de ser lançando pela Panini? Vimos o fenômeno do álbum masculino na última copa, podemos ajudar a criar o mesmo hype para o álbum feminino. Além de ser extremamente educativo para dar visibilidade as jogadoras e para que as novas gerações já conheçam as jogadoras, assim como acontece no masculino. 

Assim como acabamos de ver com a Bia Haddad Maia e sua sensacional e inédita campanha em Roland Garros, a audiência brasileira é movida por ídolos e bons resultados no esporte. Quanto mais exemplos de sucesso tivermos, mais fomentamos o esporte e as atletas em nosso país. 

Fato é que somos apaixonados uma torcida apaixonada e torço muito para que possamos expressar essa paixão em prol da seleção feminina também. Eu já estou com a amarelinha pronta para o jogo de novo. E você? 

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