Escócia independente pode perder BBC

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Escócia independente pode perder BBC

A manutenção do acesso de escoceses à emissora pública britânica é um dos mais intensos debates a rondarem o plebiscito


9 de setembro de 2014 - 11h14

Em 18 de setembro milhões de escoceses devem ir às urnas para decidirem se permanecem como parte do Reino Unido ou se tornam um país independente. Apesar das benesses defendidas por quem apoia o movimento separatista, pelo menos uma grande perda seria inevitável caso o “Sim” saísse campeão: a BBC.

A rede pública tem um braço escocês onde conteúdo original e local é produzido para TV, rádio e internet. Esse material é disponibilizado a todo cidadão britânico, assim como todo conteúdo da BBC é plenamente acessível a todo escocês. Uma vez independente, a Escócia poderá ter de rever, portanto, suas redes públicas de rádio e TV.

Enquanto ganhava nas pesquisas de intenção de votos, o movimento Better Together – ligado aos conservadores e sociais-democratas, defensor da manutenção do Reino Unido tal como é hoje –, o destino da BBC na Escócia parecia uma preocupação menor. Mas no levantamento de sábado, 6, pela primeira vez aparece à frente o grupo Yes, Scotland – que une nacionalistas, socialistas e verdes. Segundo a pesquisa You-Gov, 47% preferem a Escócia independente, contra 45% que querem a união e 8% de indecisos. Na primeira pesquisa do ano, de março, os números indicavam 52%, 37% e 11%, respectivamente.

A ultrapassagem do movimento separatistas se deu justamente após o debate promovido pela BBC entre representantes das duas chapas. Durante e após o programa, que foi ao ar em 25 de agosto, a rede pública foi acusada de parcialidade a favor do Yes Scotland. Segundo comentários da audiência nas redes sociais e de analista, a produção privilegiou perguntas enviadas por separatistas e que o apresentador do debate, o jornalista Glenn Campbell, falhou enquanto moderador, atuando contra o Better Together.

Não é muito claro porque a BBC se movimentaria pela independência da Escócia, já que a emissora sobrevive graças ao licence fee pago pelos domicílios de todo o Reino Unido e, boa parte da receita, vem da Escócia. Dos 63 milhões de britânicos, pelos menos cinco milhões são escoceses.

Caso o plebiscito mantenha a tendência e, em 18 de setembro, a Escócia se decida pela indpendência, uma das soluções mais provável seria a formação da Scottish Broadcasting Service (SBS). A nova empresa funcionaria com os ativos e os funcionários da BBC Escócia e também seria mantida por contribuição dos cidadãos. Um projeto, redigido pelo parlamento escocês, prevê a transição e orça em £ 345 milhões por ano a manutenção da nova emissora, sem necessidade de cotas publicitárias. Segundo o documento, a SBS e a BBC seriam parceiras na produção e distribuição de conteúdo. Políticos britânicos são céticos quanto à proposta, mas ainda é cedo dizer qual será a solução.

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