A primeira vez a gente nunca esquece
Cannes é uma torre de Babel – uniformizada em época de Copa do Mundo – em busca de resposta para um interesse em comum: qual é o futuro da propaganda, da comunicação, da mídia e da tecnologia?
Cannes é uma torre de Babel – uniformizada em época de Copa do Mundo – em busca de resposta para um interesse em comum: qual é o futuro da propaganda, da comunicação, da mídia e da tecnologia?
20 de junho de 2018 - 10h41
Os clichês são sábios. E, no caso de Cannes, prevalece o ditado de que “a primeira vez a gente nunca esquece”. Faço minha estreia no Palais du Festival em meio a uma Copa do Mundo; premiações mais escassas frente a jurados criteriosos, além de um menor número em inscrições; uma temperatura mais quente do que o usual para a época; e com mais motivos ainda para afastar o calor com alguns rosés.
Cannes está efervescente. Lembrei dos conselhos sobre já sair do hotel com um casaco na bolsa, preparada para “morar dentro do Palais”. Manhãs e tardes são curtas frente à quantidade de palestras que pulam dos programas e me deixam na dúvida de como aproveitar do melhor. Temas que vão de “A a Z” (mais um clichê), como inovação, plataformas de mídia e entretenimento, recheiam um rico conteúdo que se mistura com assuntos como diversidade, igualdade de gêneros e as mulheres no mercado de trabalho.
Entre as opções, embarquei em temas que mostram os desafios dos profissionais de marketing e dos criativos nos próximos anos, à medida que a indústria embarca em uma nova revolução, alimentada por 5G, IA, com mais dispositivos conectados do que nunca.
Ainda como “marinheira de primeira viagem”, outra coisa que tem me impressionado por aqui tem sido não somente as novas vertentes de expressão que tenho observado nos trabalhos expostos (e a mídia se posicionando cada vez mais como protagonista em criatividade), como a quantidade e diversidade de pessoas. Cannes é uma torre de Babel – uniformizada em época de Copa do Mundo – em busca de respostas para um interesse em comum: qual é o futuro da propaganda, da comunicação, da mídia e da tecnologia?
Respostas buscadas nas palestras, nos cases vencedores, nos papos em restaurantes do “Peloran”, levando-me a concluir que, sem dúvida, Cannes é o maior festival de PR do mundo e, ao contrário do que muita gente pensa, não é férias: é um intensivão.
Por isso, todos os clichês que ouvi, por mais clichês que possam parecer, agora fazem sentido.
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