Volta à vida pelos games: a grande ideia do GP de Titanium
Trabalho que colocou o jogador Kyian Prince, assassinado em 2006, no universo do eSports, foi considerada a big ideia pelo júri da categoria, que concedeu 6 troféus, no total
Volta à vida pelos games: a grande ideia do GP de Titanium
BuscarTrabalho que colocou o jogador Kyian Prince, assassinado em 2006, no universo do eSports, foi considerada a big ideia pelo júri da categoria, que concedeu 6 troféus, no total
Bárbara Sacchitiello
24 de junho de 2022 - 16h01
A categoria Titanium sempre é bastante aguardada pelos participantes do Cannes Lions por ter, como premissa, apresentar os caminhos e tendências que devem nortear a indústria da publicidade no futuro.
Neste ano, a categoria comprovou o rigor do júri, que forneceu apenas 6 troféus: 1 Grand Prix e 5 Leões de Titanium (a categoria não distingue os prêmios entre Ouro, Prata e Bronze como as demais).
Entre essas ideias especiais, o júri destacou como a mais inovadora do ano – e, portanto, merecedora do Grand Prix – o case “Long Live the Prince”. O trabalho foi criado pela Engine, de Londres, na Inglaterra, para a Kyan Prince Foundation.
Para entender o case, é preciso voltar ao ano de 2006. Kiyan Josiah Prince era um garoto de 15 anos que fazia parte da equipe juvenil do time Queens Park Rangers, da Inglaterra. Pelo seu talento e pelo o que demonstrava nos campos, era considerado um talento promissor dos gramados. Tudo, porém, foi interrompido em maio daquele ano, quando Prince foi assassinado, a facadas, por um colega de escola.
A família do jogador e os fãs do time não puderem ver aquele jovem crescer e se transformar em um talento. Mas neste ano, várias empresas se envolveram em um trabalho pro-bono para a Kyian Prince Foundation, entidade sem fins lucrativos criada pela família de Prince para atuar no universo do esporte e manter a memória do jogador. A ideia era possibilitar ao público ver Prince nos campos. Foi aí que o universo dos eSports abriu as portas para a concretização do projeto.
O jogador foi integrado ao Fifa 21, mais importante game de futebol do planeta, e seu avatar foi criado a partir de um estudo aprofundado sobre seus movimentos, corpo e estilo de jogo. Kyian também virou card de futebol e foi patrocinado por marcas como Adidas e outras grandes companhias com tradição no esporte.
“Esse é um case de games mas ele não ganhou por ser um game. Ganhou pela narrativa e pela maneira como foi construído. Muitos jovens entraram em contato com essa história e conheceram o Prince porque ele estava presente no universo deles, no ambiente em que eles jogam. Isso que deu mais potência ao trabalho”, comentou Luiz Sanches, chief creative officer (CCO) da BBDO na América do Norte e Canadá, que participou do júri de Titanium.
As demais premiações da categoria contemplaram trabalhos de temas variados. O case “Shah Rukh Khan-My-Ad”, criado pela Ogilvy de Mumbai para a Cadbury, por exemplo, colocou um astro de Bollywood, Shah Rukh Khan, para participar de campanhas para pequenos comércios e redes de varejo da região. E o trabalho “The Lost Class”, muito premiados em outros festivais internacionais, aborda a questão da violência e das armas de fogo.
Veja, abaixo, os troféus de Titanium.
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