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O que a Disney procura em uma animação?

Jermaine Turner, diretor executivo de séries e coproduções em animação, explica o que o grupo busca no conteúdo que leva ao ar

Teresa Levin
5 de abril de 2018 - 16h27

Jermaine Turner, da Disney: “Storytellers tem que arriscar” (crédito: divulgação)

Provocar emoções, contar grandes histórias, inspirar a curiosidade e abraçar diversas dimensões. Estes são os pontos que o Disney ABC Television Group busca quando escolhe uma animação para estar em um de seus canais. Quem contou foi Jermaine Turner, diretor executivo de séries e coproduções em animação do grupo. “Buscamos verdades universais que todos possam entender, que gerem afinidade e com as quais o público possa fazer uma conexão”, conta.

A elaboração dos personagens deve ser cuidadosa, já que o público quer viver emoções com ele. “Queremos ver personagens que vivem sucessos, que ficam tristes, e sentimos tudo isso com eles, se a história for escrita corretamente”, fala. O que pode parecer simples quando falado, na prática não é tão fácil assim, pois para conquistar a atenção das crianças, é fundamental que estes personagens tenham pontos de vista únicos e personalidades distintas. A combinação entre os diversos personagens em uma animação também deve ser olhada com cuidado. “Devem ser engraçados ou ter senso de humor; os mais populares são engraçados e bacanas, e é necessário um personagem mais legal para balancear com um mais maluco, atuando em pares”, explicou.

Falando sobre um público de crianças com menos de 12 anos de idade, Turner explicou que elas, apesar das grandes mudanças do mundo em que vivem, buscam verdades que sempre estiveram presentes. “Valorizam suas família, buscam atrações com as quais tenham familiaridade. O storytelling que importa ajuda a navegarem em suas próprias vidas”, observou. E ainda fez um alerta: segundo estudos, de cada dez crianças que hoje estão na escola fundamental, sete terão uma profissão que ainda não existe. “Pensando nisso, o storyteller tem que arriscar, não pode ter medo”, apontou.

Criar empatia também é um fator essencial para alcançar o coração do público infantil. “Alguns elementos que tem que ser levados em conta quando criar seu conteúdo: humor, personagens interessantes, amizade, aventura, propósito”, disse. Turner ainda frisou que mundos fantasiosos podem ser criados, como no caso de Harry Potter, mas sempre com lógica. Sobre o que a Disney procura, disse que entre os filtros que usa está encontrar atrações que sejam familiares, tragam novas fronteiras, interseccionalidade e tenham uma explosão criativa. “Antes entregávamos ferramentas para crianças. Hoje, é uma forma delas expressarem sua criatividade. Os shows tem que estar no nível delas, gerando algo como ‘Uau, nunca vi isso’”, revelou. Por fim, brincou que os executivos de TV são preguiçosos. “Não fazemos o show para você. Quando compramos um show esperamos que você saiba exatamente o que ele é, o que quer fazer, e para onde vai”, afirmou, acrescentando ainda que um programa deve ser criativos, com pontos de vista específicos. “Não que seja fácil, mas é o caminho para o grande conteúdo”, concluiu.

 

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