Cannes reforça instrução para que júri combata estereótipos
Em nova diretriz, Festival orienta membros a avaliarem se os trabalhos inscritos perpetuam desigualdades de gênero, raça, idade, etnia e outros preconceitos
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Bárbara Sacchitiello
9 de abril de 2019 - 8h46
A preocupação do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions em relação ao combate aos estereótipos na indústria publicitária ganha um reforço na edição de 2019. A organização criou uma nova diretriz para orientar os jurados de todas as categorias que avaliem, entre as peças inscritas, quais são as que perpetuam desigualdades de gênero, raça, etnia, idade e outros preconceitos.
O objetivo da iniciativa é fazer com que as peças avaliadas pelo Festival sejam mais orientadas às defesas de igualdade e representatividade. As atuais diretrizes para o júri foram elaboradas com apoio da Unestereotype Alliance, iniciativa da ONU Mulheres de combate a preconceitos e estereótipos na indústria da comunicação. O trabalho contou com a participação de líderes de agências e de empresas de tecnologia.
Essa iniciativa é uma continuidade de uma diretriz apresentada em 2017 por Madonna Badger, fundadora da Badger & Winters e uma das maiores ativistas internacionais na causa da representatividade na publicidade. Na ocasião, Madonna fez um trabalho com alguns jurados do Festival, expondo peças que reforçavam estereótipos e questionando-os como eles se sentiriam se, naqueles trabalhos, estivessem retratados familiares ou pessoas das quais gostam.“Os Leões entregues em Cannes são benchmark para a comunidade criativa global e é mais importante do que nunca que a nossa indústria mostre e premie ideias inclusivas, fortalecedoras e inovadoras. Como os consumidores exigem mais das marcas, essas orientações irão ajudar a assegurar que os trabalhos homenageados em Cannes sejam admirados não apenas por sua brilhante criatividade, mas por suas reflexões a respeito de um mundo mais igual e tolerante”, disse o chairman do Cannes Lions, Philip Thomas.
Desde 2015, o Festival tem olhado com mais atenção para a questão da equidade de gênero com a criação da categoria Glass – Lions for Change, orientada a reconhecer trabalhos que combatem estereótipos femininos e masculinos. Em 2017, o Festival já vinha dando recomendações ao júri para que evitassem reconhecer e premiar trabalhos que reforçassem qualquer tipo de preconceito.
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