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Comunicação

Maioria dos creators trans nunca fez ação com marca

Levantamento foi realizado pela agência Mosaico, com apoio da TransEmpregos e do Youpix


16 de julho de 2021 - 6h00

Grande parte das ações com influenciadores trans ainda fica presa ao mês do Orgulho LGBTQIA+ (Crédito: divulgação)

Com o apoio da TransEmpregos e do Youpix, a Agência Mosaico realizou um levantamento com 189 creators transgêneros sobre diversos aspectos de mercado, incluindo a relação desses criadores de conteúdo com as marcas. Entre outras coisas, o estudo revela que a maioria dos influenciadores trans no Brasil nunca foi contratada por uma marca para uma ação publicitária.

Para Yhevelin Guerin, BI e sócia da Mosaico, em um cenário onde cada vez mais marcas levantam bandeiras de diversidade, a pesquisa levanta um ponto problemático que ainda precisa ser explorado pelas equipes de marketing. “Queremos que, com essa pesquisa, as empresas comecem a perceber que o universo da sigla T é sim representativo e pode ainda contribuir muito para o marketing das marcas” explica a executiva, que também foi a coordenadora da pesquisa.

45,5% não tiveram nenhum trabalho para marcas nos últimos seis meses

Outra constatação do estudo é que grande parte das ações com influenciadores trans ainda fica presa ao mês do Orgulho LGBTQIA+. Não à toa, 36,6% do creators que participaram da pesquisa disseram ser mais procurados por empresas durante o período. O levantamento mostra ainda que 45,5% não tiveram nenhum trabalho como influencer para marcas nos últimos seis meses, enquanto 11,1% desenvolveram apenas uma ação publicitária. “A diversidade é uma realidade e nossos esforços serão sempre em trazer pluralidade ao marketing de influência, mas não só no mês do Orgulho LGBTQIA+, comemorado em junho”, complementa Yhevelin.

Com a demanda por diversidade cada vez mais presente no mercado, esses influenciadores também não querem apenas se tornar bandeira de uma mensagem efêmera. Por isso, ao se aproximar das marcas, mais da metade (58%) dos creators trans respondentes da pesquisa acha muito importante que essas empresas se posicionem de forma genuína, para muito além de uma estratégia pontual que gere apenas engajamento e lucro em curto prazo.

36,6%  disseram ser mais procurados no mês do Orgulho LGBTQIA+

Outros dados da pesquisa
Quando o assunto é produção de conteúdo, numa questão de múltipla resposta, 14,3% dizem que não possuem um tema específico. Entretanto, 38,1% abordam assuntos sobre gênero e sexualidade e 36,5% assuntos relacionados com a cultura e história LGBTQIA+, fato que se associa ao motivo que os levou a serem influenciadores digitais, como uma forma de mostrar a sua trajetória e fornecer visibilidade ao universo. Outros assuntos que também entram na pauta desse grupo estão relacionados com beleza 28,1%, arte 27% e entretenimento 24,4%.

A maioria dos criadores de conteúdo transgêneros do Brasil é considerada nano-influenciador (74%), aqueles que possuem menos de 10 mil seguidores, e estão no Instagram (79%). Além disso, 41,3% são compostos por homens trans, 39,1% de mulheres trans, 15,9% travestis e 13,2% não-binários. Relacionado à orientação sexual, 45% são heterossexuais, 23,8% bissexuais, 19% pansexuais e 6,9% gays.

*Credito da imagem de topo: piranka/iStock

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