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Execução: a arquirrival da estratégia.

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Ponto de vista

Execução: a arquirrival da estratégia.


8 de outubro de 2013 - 1h49

Execução é um assunto que nem sempre é considerado um tema digno de debate. Talvez ela tenha perdido o seu glamour no mesmo momento no qual Tom Ford a botara para “sofregar” calada no chão de fábrica, sem Armani nem vela. Só que ela sempre exerceu um papel vital… 
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Napoleão Bonaparte viu a sua genialidade como estrategista abalada e o início de sua derrocada quando destacou boa parte do seu grande armée (610 mil homens) para marchar contra a Rússia. Ele venceu dezenas de batalhas, porém sofrera milhares de baixas, e não conseguira repor seus soldados com a mesma velocidade dos russos, o que, no longo prazo, dera vantagem numérica aos seus inimigos – os franceses –, que, sem saída, foram obrigados a recuar, sem alimentação nem suprimentos, tendo que enfrentar pela frente torturantes – 32°C, o Imperador acabou por assistir todas as variáveis começarem a jogar a favor dos inimigos, voltara com 27 mil homens e perdera duas de suas alianças.

Thomas Edison também foi traído pela execução quando traçara o seu macabro plano para dizimar o seu ex-pupilo e atual concorrente Nikola Tesla, inventor da corrente alternada, que fazia oposição à sua invenção, a corrente contínua, na acirrada briga pela distribuição do tipo de energia que viria a fazer parte dos milhares de lares nos Estados Unidos.

O inventor vislumbrara a oportunidade de derrotar o seu concorrente quando a cadeia de Nova York decidiu substituir a pena de morte a forca por algo mais moderno. Para tanto, desenvolvera a cadeira elétrica, que propositalmente utilizava a corrente alternada de Tesla. O objetivo era provar que ela matava, e não servira para o consumo nos lares. A primeira execução foi um grande fiasco: o sentenciado fora torrado, e não eletrocutado.

O plano de Edison para ganhar a batalha das energias fracassou.

A derrocada abismal da Kodak frente à tecnologia digital também traz no seu plano de fundo: uma falha gravíssima de execução ou, melhor dizendo, da ausência de, já que o seu time de B.I* tinha previsto o que aconteceria e desenhado um plano de ação, o que, dentre todas as diversas teorias, torna um ponto indiscutível: alguém, pelo motivo que for, não apertou o botão de play a tempo.

Os três breves relatos servem para ilustrar o óbvio, o corriqueiro, mas que nem sempre é tratado com a devida significância: o quão capital é o papel da execução para o sucesso de uma estratégia. Ninguém há de questionar a genialidade estratégica de Napoleão ou o poderio criativo de Edison e suas mil e poucas invenções, tampouco a essencialidade do papel da Kodak na vida das pessoas, mas, nos três casos, a execução dizimou a estratégia junto com todos os seus tostões investidos em sua concepção, mudando definitivamente o curso da história e anulando totalmente a sua eficiência.

Me abstendo de citar exemplos atuais e deixando para o imaginário de cada um, sabemos que a execução janta a estratégia no café da manhã e dizima o sucesso de centenas de boas ideias…

Ou você nunca se pegou comentando: A ideia era boa, mas…
Ou ainda: Se tivessem executado o que havíamos planejado…

E tomando a liberdade de parafrasear um dito popular dos muros de São Paulo, digo:

"A execução é importante, porra!".

* Depto. de Business Intelligence. 

Thiago Nascimento é diretor de planejamento da NewStyle

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