Eduardo Axelrud
19 de abril de 2012 - 10h51
Alguém aí se lembra das ondas curtas? Pois é, amigos, muito antes das AM e FM, o rádio se dividia em ondas curtas, ondas médias e ondas longas.
Quando eu era pequeno,eu e meu pai gostávamos de passar alguma horas nos divertindo escutando emissoras de rádio do mundo todo.
Fazíamos isso nas noites de sábado no verão, na praia de Atlântida, onde não havia prédios para interferir, e as diversas freqüências de ondas curtas do aparelho de rádio dele captavam do além-mar locutores falando as mais estranhas línguas, desde o impecável inglês da BBC até idiomas impossíveis de serem identificados.
Escutávamos também emissoras de outras cidades do Brasil muito antes de existirem redes de rádio nacionais. Lembro até hoje do “mas tu não conhece a Adelaide” e outros bordões de um programa de humor carioca, que se chamava “A Turma da Maré Mansa”, patrocinado por uma loja homônima que só existia no RJ – e que no sul do país só dava para ouvir pelas ondas curtas.
Mas a maré do tempo passou, e levou com ela as ondas curtas. Acredito que os aparelhos de rádio de hoje nem tragam mais essas frequências.
Nos anos que se seguiram, nos acostumamos a escutar as AMs e FMs locais, com seus locutores e patrocinadores transmitindo aqui da esquina.
Lembrei de tudo isso porque instalei lá em casa no final de semana um aparelhinho chamado Apple TV, que me permite entre outras coisas assistir na minha televisão vídeos do Vimeo, fotos do meu computador (ou do flickr de qualquer pessoa), filmes e seriados do Netflix… E além de tudo isso, escutar rádios da internet do mundo todo. Já tenho algumas preferências, como uma rádio de Lounge de Chicago e uma emissora de Paris que se diz “eclética”.
E foi assim que, mais de 30 anos depois, lá estava eu, numa noite de sábado no final do verão, escutando emissoras do mundo todo com meus filhos. E foi em meio a esse revival, numa torre de babel de músicas indianas e sotaques britânicos, que pensei em como muitas vezes as coisas evoluem tremendamente para acabar chegando num mesmo lugar.
Eduardo Axelrud é vice-presidente de criação da Competence.
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