Meio&Mensagem

Luiz Gustavo Pacete
3 de janeiro de 2020 - 8h38

A interação entre o corpo e os devices é algo que vem ganhando força nas discussões sobre inovação e futuro

Mais de 170 mil participantes, 4,5 mil empresas de várias partes do mundo e 1,1 mil conferencistas. A Consumer Electronics Show (CES), que ocorre em Las Vegas, de 7 a 10 de janeiro, por si só, já configura um palco importante de lançamentos de inovações e testes de tecnologia conceito. Mais do que uma feira de gadgets, ela reúne tendências comportamentais. Analisar os produtos e tecnologias expostos é também entender as conexões e relações de consumo.

De tecnologia vestível a mapeamento cardíaco, neste ano, fica ainda mais clara a conexão entre o corpo, a mente e os equipamentos eletrônicos. Algumas dessas tendências foram apresentadas na prévia divulgada pela CES sobre os temas de relevância nesta edição.

Os relógios inteligentes com suas funções de monitoramento de frequência cardíaca e níveis de stress apresentaram ao mundo algumas das possibilidades do uso da tecnologia na saúde preventiva. A evolução neste quesito vem sendo cada vez mais rápida e na CES deste ano muitos dos produtos vão apontar para a capacidade dos gadgets em mapear doenças em médio prazo, além de melhorar as respostas de prevenção.

Símbolos da CES, os robôs, independentemente de suas formas, aparecem com cada vez mais funções e capacidades na interação com seres humanos e outras máquinas. A junção de tecnologias conceituais como big data, reconhecimento de voz e inteligência artificial potencializam esses equipamentos. Neste contexto, ganha importância discutir temas como segurança digital e ética.

Nos últimos dois anos, uma tecnologia se destacou na CES: os assistentes de voz. E nesse campo de batalha, Google, Amazon e Samsung investiram consideravelmente. Em 2020, continua a disputa diante do fato de que os assistentes de voz estão cada vez mais presente nos lares. Sobretudo no Brasil, com os lançamentos recentes da Alexa e dos devices do Assistente, do Google. Nesta edição, a expectativa é sobre o avanço do Google neste mercado que, ainda é dominado pela Amazon.

Os carros autônomos ganharam espaço considerável na edição de 2019 da CES. Neste ano não será diferente. No entanto, a grande questão é a expectativa do mercado e de especialistas da integração desses automóveis com a tecnologia 5G. Mais do que protótipos, já é possível acompanhar modelos definitivos de tecnologia autônoma. No ano passado, até mesmo automóveis com capacidade de monitorar sentimentos apareceram na feira. E o destaque da mobilidade autônoma não fica apenas para os carros, scooters, bikes e skates ganham cada vez mais inteligência.

Mais do que armazenar e manter produtos com eficiência, os aparelhos inteligentes de cozinha passam a ser centrais de inteligência sobre alimentos. Neste ano, o destaque vai para equipamentos capazes também de monitorar temperatura, nível de nutrientes e frescor dos produtos. Um passo a frente, a tendência é que os equipamentos da cozinha sejam capazes de atuar até mesmo como nutricionistas digitais apontando deficiências na dieta, por exemplo.

Nos últimos anos, a tecnologia 5G esteve presente como destaque da feira. Discutir esse tipo de conexão faz todo sentido já que é ela que alimenta tanta conexão e sofisticação de funções de todos esses dispositivos pontuados acima. O desafio, no entanto, segue em sua aplicação. Os testes na Coreia do Sul ainda são insuficientes para apontar a velocidade com que ela ganhará escala.

O mercado de wearables, ou roupas vestíveis, é representativo dentro da CES e reforça a importância da integração entre vestuário e robótica, permitindo que os usuários atinjam seu potencial físico completo, Ele já é uma realidade, segundo analistas, no entanto, o desafio é equilibrar funcionalidades e features tecnológicos com design e conforto.