WPP muda previsões e projeta queda no lucro operacional
A receita anual da holding, excluindo custos de repasse, deve cair entre 3% e 5%, uma piora em relação à previsão anterior de queda de até 2%, segundo atualização divulgada nesta quarta-feira, 9

Mark Read, CEO do WPP, comentou a revisão, para baixo, do balanço, atribuindo à diminuição de investimentos dos clientes (Crédito: Arthur Nobre)
Com informações do AdAge
A holding WPP Plc reduziu sua previsão para 2025 após os clientes gastarem menos do que o esperado, agravando os problemas da rede de agências de publicidade enquanto busca um novo CEO, já que Mark Read está de saída da companhia. As ações caíram para o nível mais baixo em quase 16 anos.
A empresa com sede em Londres espera agora que a receita anual, excluindo custos de repasse, caia entre 3% e 5%, abaixo da previsão anterior de uma queda de até 2%, segundo uma atualização de mercado divulgada nesta quarta-feira, 9. O WPP também projeta uma queda anual no lucro operacional de até 175 pontos-base, revertendo a estimativa anterior de estabilidade.
As ações caíram até 17%, atingindo 435,80 pence — o menor preço desde 2009 — em Londres após a atualização. O papel acumula uma queda de cerca de 40% no último ano.
“O desempenho em junho foi pior do que o esperado, e esperamos que esse padrão de negócios no primeiro semestre continue no segundo”, disse o CEO Mark Read no comunicado.
A revisão para baixo nas previsões representa um golpe para a empresa, que está em busca de um sucessor para Read, que deve se aposentar até o fim do ano. Já considerada a maior holding de publicidade do mundo, o WPP tem buscado maneiras de reativar o crescimento e simplificar suas operações. A empresa britânica já havia reestruturado suas marcas para reduzir custos e anunciou um plano de investimento de centenas de milhões de libras em novas tecnologias, incluindo o desenvolvimento de capacidades em inteligência artificial.
Embora a reestruturação do grupo WPP deva gerar economias anuais superiores a £150 milhões (US$ 204 milhões) no longo prazo, ela está “provando ser uma distração para a gestão e pressionando as margens” no curto prazo, disse Aarin Chiekrie, analista da Hargreaves Lansdown.