99jobs cria projeto em parceria ONU para promover equidade racial
Objetivo do projeto 10.000 Trainees Negros é ajudar a promover a equidade racial nas empresas
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Renan Honorato
19 de dezembro de 2022 - 6h00
Em parceria com o movimento “Raça é Prioridade”, a empresa especializada em processos seletivos 99jobs criou o projeto 10K Trainees Negros, que busca promover a inserção e capacitação de profissionais negros em empresas inscritos no programa.
A iniciativa tomou fôlego após a empresa se tornar embaixadora do Pacto Global da ONU durante a SDGs in Brazil. O evento reuniu cerca de 300 lideranças de empresa nacionais e internacionais que buscam promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do órgão multilateral. Os encontros iniciam em fevereiro de 2023.
“Esse é um projeto tão complexo e ambiciosos que é quase como se estivéssemos criando uma outra empresa especializada em oportunidades voltadas à população negra”, diz Eduardo Migliano, CEO da 99jobs.
Ao longo de cinco anos, o programa pretende recrutar e capacitar 10 mil pessoas em todo o Brasil e, dentre essas, colocar três mil em cargos de liderança até 2030.
Segundo Migliano, é preciso que pessoas negras estejam em posições estratégicas capazes de gerar mudanças e criar correntes de colaboração profissional que furam as bolhas do pacto de branquitude, afinal, é um desafio para as empresas promoverem ações afirmativas sem terem essas pessoas integradas no time.
Há duas maneiras de entrar no 10.000 Trainees Negros: pessoas interessadas em participar e as empresas que buscam contratar os talentos negros podem se inscrever na plataforma – companhias devem também se vincular ao movimento Raça é Prioridade para poderem participar. Durante os dois anos de formação, os participantes irão aprofundar os conhecimentos nos conceitos de racismo estrutural, democracia racial e letramento racial. Além disso, haverá aulas de gestão e desenvolvimento de competências.
“Todas as empresas recrutadoras são companhias que geram e fazem parte do racismo estrutural, porque quando uma empresa não reúne currículos de pessoas negras e não questiona a empresa contratante sobre isso, ela está alimentando esse sistema”, explicita Migliano.
Segundo ele, antes dos primeiros programas de ação afirmativa serem feitos para empresas, a 99jobs iniciou um processo de reestruturação interna da equipe e dos conselhos. “Temos 58% dentro da empresa e, dentre essas, 38% estão na alta liderança da organização”, finaliza.
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