Carro próprio ainda é desejo do consumidor, diz estudo
Pesquisa Segmento Automotivo, da Quatro Rodas, mostra que maioria das pessoas ainda considera veículo um investimento importante e não prefere anda a pé
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Igor Ribeiro
1 de abril de 2019 - 7h23
A terceira edição da Pesquisa Segmento Automotivo, realizada pela revista Quatro Rodas junto à unidade de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Abril, mostra que carro ainda é um bem de consumo desejado por boa parte dos consumidores. Dos respondentes, 77% concordam que ter um veículo é sinônimo de liberdade, 69% dizem gostar muito de dirigir e 62%, que seu carro é uma paixão.
“Há, sim, uma disrupção na indústria, mas quando você analisa o Brasil, ainda estamos longe no processo”, afirma Zeca Chaves, redator chefe da Quatro Rodas. Com isso, ele aponta que o País está distante da mudança comportamental que vem fazendo grande parcela das pessoas preferirem não comprar carro.
Segundo ele, o Brasil tem características próprias nesse sentigo. “Primeiramente é a influencia de mercados urbanos e desenvolvidos, onde esse movimento cresce e a sensação é muito mais premente. Na Europa as vendas estão estagnadas, às vezes até decaíram”, diz Zeca. Ele cita que nesses mercados a média de posse também é muito mais alta: enquanto os Estados Unidos tem em média 1,6 habitante por automóvel, no Brasil são seis pessoas por carro.Além disso, o jornalista diz que a maioria dos influenciadores e tomadores de decisão viveram certa bolha brasileira: vivem numa mesma região com acesso a diferentes modais e têm filhos que já não querem dirigir. Portanto, a incidência geográfica e demográfica ainda pesam muito sobre a questão. “Na periferia das cidades brasileiras ter carro ainda é um status social ainda. O potencial de crescimento do Nordeste, por exemplo, ainda é muito grande”, conta. Zeca ainda aponta que a sede das fabricantes estão se empenhando em comunicar novos valores, principalmente no que diz respeito a sustentabilidade e compliance, por forças legais em mercados desenvolvidos, o que acaba contaminando filiais mundo afora, cujo mercado vive um momento diferente. “A matriz elétrica é, de fato, o futuro, mas ainda estamos distantes.”
Outros dados interessantes apontam que 77% discordam da frase “Se pudesse escolher, nunca andaria de carro”, 68% não acham que “ter um carro é um gasto desnecessário” e 59% não prefeririam “usar outro meio de transporte”. O levantamento foi realizado por cinco meses de 2018. O questionário enviado obedeceu uma seleção específica da base da Abril Big Data (ABD), área direcionada a análise de dados, com apoio da plataforma de pesquisas online MindMiners. A amostra teve 4.037 respondentes, classe ABC, 18 anos ou mais, de todo o Brasil, sendo 86% donos de carros na residência e 76% proprietários individuais.
Espaço e potência
Boa parte do estudo joga luzes sobre o aumento do interesse brasileiro por veículos SUV, que não só crescem em vendas acima da média do mercado, como também estão entre os que mais despertam o desejo de compra. “O mercado de sedãs tem caído no Brasil. Quem experimenta um SUV não tende a voltar para os veículos mais baixos”, explica Zeca.
O futuro disruptivo do setor automotivo
Outra curiosidade é quando se cruza o tipo de veículo que o respondente tem com aquele com o qual acredita que mais combina. O SUV é o campeão entre os entrevistados que já possuem esse modelo e também acham que combinam mais com ele, com 60%. A categoria também é apontada como a que mais combina com os respondentes que têm outro veiculo, depois da própria modalidade que possuem. Isto é, Os proprietários de hatch acham que combinam, em primeiro lugar, com um hatch mesmo: 35%. Logo depois vem SUV, com 26%. Dos donos de sedã, 25% acham que combinam com SUV e dos donos de van, 36%. A unica exceção é o proprietário de picape, categoria majoritariamente utilitária cujo perfil do dono tem comportamento bastante diferente.
A pesquisa também pondera quais são os fatores que mais influenciam na hora de se decidir por um carro. O atributo mais importante é a confiança no fabricante, apontada por 95% dos respondentes. Mas o estudo indica que há muitos consumidores propensos a reconsiderar seu veículo preferido — 36% não sabem qual marca comprar. Nesse sentido, há mais espaço para influenciar a opinião mais diretamente.
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