CEOs de empresa pausam agenda ESG diante de instabilidades
Pesquisa feita pela KPMG aponta que, receosos de uma recessão econômica, líderes deixam de lado agenda de social e governança para focar no equilíbrio dos negócios
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Meio & Mensagem
5 de outubro de 2022 - 17h42
Com informações do Ad Age
Os CEOs das empresas nos Estados Unidos estão deixando um pouco de lado as metas e propostas de ESG para tentar preparar seus negócios para enfrentarem uma possível recessão, de acordo com um estudo conduzido pela KPMG.
Quase metade dos CEOs que responderam na pesquisa estão “pausando ou reconsiderando os planos ou esforços ESG pelos próximo seis meses”, declarou a KPMG. Aproximadamente um terço deles já tomou essa medida, segundo a pesquisa.
“A medida em que os CEOs tomam medidas para proteger seus negócios de uma recessão iminente, os esforços de ESG estão sob crescente pressão financeira”, disse Jane Lawrie, head global de corporate affairs da KPMG.
Muitos dos executivos ouvidos na pesquisa dizem que consideram as pautas de meio ambiente, sociais e de governança como partes importantes para o sucesso da empresa. Mas, diante dos desafios trazidos pela economia, as empresas estão tentando equilibrar “questões ambientais de médio prazo enquanto tentam manter a estabilidade econômica em curto prazo”, segundo Lawrie.
Como o ESG chega ao consumidor?
Oito em cada dez CEOs globais acreditam que haverá uma recessão econômica nos próximos 12 meses, de acordo com a pesquisa da KMPG. Nesse contexto, investir recursos em metas ESG que ainda não estão devidamente definidas vem perdendo posições na lista de prioridades. Além disso, a pesquisa apontou sinais de ceticismo em relação a pauta ESG.
O estudo CEO Outlook, da KPMG, foi construído com base em respostas de 1325 executivos de empresas de vários segmentos e foi realizado entre 12 de julho e 24 de agosto. Todos os representantes são de empresas cujo faturamento anual é de, no mínimo, US$ 500 milhões, sendo que um terço delas tem faturamento anual superior a US$ 10 bilhões.
Separadamente, uma pesquisa recente feita pela Capital.com, uma empresa de Londres, com uma ampla base de clientes, mostrou que traders e investidores não estão priorizando o ESG. Dos mais de 1800 pesquisados, 52% dos traders e investidores disseram que nunca escolheram comprar uma ação com base em princípios ESG. Quase a metade (46%) disseram que não sabiam como fazer isso e 12% afirmaram que os investimentos em ESG eram muito caros.
As descobertas expõem algumas das fraquezas que a pauta do ESG vem enfrentando. Nos Estados Unidos, por exemplo, vários estados republicanos estão tentando impedir a indústria financeira de levar em conta fatores de ESG para tentar proteger setores como o de petróleo e armas de fogo. Ao mesmo tempo, vários investidores de ESG criticam esse modelo de investimento pelas inconsistências.
Uma onda de novas regulamentações está prestes a mudar esse cenário, o que pode dificultar, para os CEOs, deixar de lado ou postergar as ações da pauta ESG. Na União Europeia, os investidores precisam cumprir o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis, enquanto as corporações enfrentam cobranças pelos relatórios de sustentabilidade.
Nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission propôs requisitos rígidos de divulgação climática, estabelecendo diretrizes que podem afetar as empresas em todas as suas jurisdições.
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