Opinião: Mas… por onde começar?
A vida é muito complexa, mas existem princípios que transitam por qualquer contexto. Há oito pontos nos quais concentro a atenção
A vida é muito complexa, mas existem princípios que transitam por qualquer contexto. Há oito pontos nos quais concentro a atenção
Meio & Mensagem
23 de setembro de 2014 - 9h29
Por Gian Martinez (*)
A cada dia conheço mais e mais gente disposta abraçar uma filosofia de vida empreendedora. Muitos não estão necessariamente criando um novo negócio, mas estão em empresas dos mais variados tamanhos e segmentos. Junto com a mesma vontade e interesse de abraçar a revolução empreendedora (“Opinião: A era da inovação disruptiva”) percebo uma pergunta constante pairando no ar: mas, afinal, por onde começar?
Antes de partir para as minhas respostas vamos começar com um alinhamento conceitual: não acredito em respostas únicas. A vida é muito mais complexa e plural do que apenas uma direção possa tentar esclarecer. Acredito que entre o certo e o errado existe o adequado. O que é bom pra mim não necessariamente é bom pra você. E tudo bem.
Assim como na vida pessoal, qualquer decisão na vida profissional precisa considerar o contexto macro. O estágio da sua carreira, as suas ambições, a sua disposição para abdicar de alguns confortos, um novo filho na família, enfim… Tudo impacta muito. Divertidamente bem ilustrado neste post: “7 Diferenças entre curtir a balada aos 18, 25 e 30 anos”.
Porém, acredito que alguns princípios conseguem transitar por qualquer contexto. É neles que tenho concentrado as minhas atenções. Portanto, tomem as seguintes dicas como sugestões de princípios. São fundamentadas na minha experiência de vida formada pela soma das minhas vivências e pelas influências que recebi daqueles cuja trajetória sempre admirei.
Isso posto, podemos começar:
1- Leve a sério a sua paixão — simplesmente não faz o menor sentido dedicar um tempo gigantesco e precioso das nossas vidas a um trabalho que não está alinhado com nossas paixões. Se você faz o que ama vai fazer isso muito bem. Se você ama fazer pipoca pode se tornar o maior e melhor pipoqueiro do seu bairro, cidade, país, mundo. Se você está trabalhando simplesmente para tirar o dinheiro necessário para pagar as contas no fim do mês e conta os minutos para sair do escritório, tenha certeza de que já passou a hora de mudar.
2- Sonhe muito grande — eu sei que isso é clichê. Porém, é essencial ser repetido. O trabalho de sonhar pequeno e sonhar grande é o mesmo. Então, não apenas sonhe grande, sonhe muito grande. É só lembrar que muitas das inovações e marcas que estão mudando o mundo foram criadas por jovens de 20 e poucos anos, das suas garagens. Por que o próximo não pode ser você?
3- Abrace o risco e encare o medo — sim, as coisas podem dar errado. Aliás, elas podem dar muito errado. O risco é inerente à ideia de inovar, empreender. Quem busca fazer algo novo está navegando por mares inexplorados. Mas é o único jeito de encontrar um novo continente. Nessas horas, vale sempre se perguntar: o que você faria se não tivesse medo?
4- Comece rápido, gaste pouco e aprenda rápido — se eliminar o risco é impossível, abraçar um processo de trabalho que te ajude a atuar de forma mais inteligente eliminando o “achismo” é totalmente possível. O caminho mais fácil é entender e aplicar os conceitos do Lean Startup.
5- Valorize os erros — por diversos motivos nos habituamos a tentar esconder os nossos erros como se eles fossem pecados capitais. Não existe maior erro do que esse. Errar é aprender. E todos erramos. Inovar é estar disposto a errar muito para acertar um dia. Entenda isso.
6- Não supervalorize os acertos — sim, a vida dá voltas. Lembra da Kodak? E do Orkut? ICQ? Jamais sente em berço esplêndido. Um prêmio aqui ou ali importam muito pouco ou quase nada. O que importa é evoluir sempre.
7- Cerque-se de pessoas que você admira — traga para perto os melhores e atue como uma esponja. Em muitos momentos uma opinião aparentemente despretensiosa pode te ajudar a avançar muitas casas. Escute muito.
8- Divirta-se — afinal, a vida é uma só. Então, vamos viver sem ter a vergonha de ser feliz.
Provavelmente muitas dessas palavras não têm nada de novo para você. Isso é um excelente sinal. Espero que para outros elas tragam alguma luz. Isso por si só já é um grande começo. Agora é colocar o bloco na rua.
Um abraço a todos.
* Gian Martinez é cofundador da Coca-Cola Accelerator e escreve para o Meio & Mensagem mensalmente. Este artigo está publicado na edição 1628, de 22 de setembro de 2014, de Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa ou para tablets Apple e Android.
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