Plassat pode assumir comando do Carrefour
Informação ainda não é confirmada, mas o executivo da Vivarte é o mais cotado para assumir o lugar de Lars Olofsson
Informação ainda não é confirmada, mas o executivo da Vivarte é o mais cotado para assumir o lugar de Lars Olofsson
Janaina Langsdorff
27 de janeiro de 2012 - 8h30
Georges Plassat, diretor-presidente do grupo francês de moda Vivarte, pode assumir o lugar de Lars Olofsson no comando do Carrefour. De acordo com o jornal Wall Streel Journal a substituição pode ser oficializada já na próxima semana na tentativa de instaurar uma gestão capaz de resgatar a saúde financeira da segunda maior rede varejista do mundo, atrás apenas da americana Wal-Mart. Somente a operação francesa representa 43% das suas vendas mundiais da rede, que no ano passado atingiram a cifra de € 91,5 bilhões.
A cobrança por resultados tem sido duramente feita pelo empresário do setor de luxo Bernard Arnault e o fundo americano de private equity Colony Capital, que passaram a fazer parte do quadro de acionistas do Carrefour em 2007, quando as ações da empresa valiam € 50. Em setembro do ano passado, a cotação despencou para o seu patamar mais baixo, de € 14,66.
Arnault e Colony, que juntos detém 16% do capital da companhia, é que estão conduzindo os trâmites para a troca de comando, segundo fontes próximas às negociações. Mas como Plassat é acionista da Vivarte, sua contratação pelo Carrefour ainda não é certa. Nenhuma das partes envolvidas se manifestaram.
A carreira de Plassat é marcada pelo seu trabalho no varejista francês Casino, sócio do brasileiro Pão de Açúcar no Brasil. Com passagens também pelo Carrefour da Espanha e atualmente na Vivarte – dona dos calçados André e das grifes Kookai, Accessoire Diffusion e Les Fées de Bengale, entre outras 20 marcas – o executivo já tem a sua suposta chegada recebida positivamente pelo mercado financeiro. Nessa quinta-feira, 26, as cotações da empresa tiveram alta de 7,5%, para € 18,15 (US$ 23,78), recorde do dia entre as ações francesas de primeira linha.
Outras tentativas
A matriz do Carrefour, na França, anunciou no fim de 2011 a realização de dois negócios na esperança de mudar o perfil de atuação por lá. Recebeu € 153 milhões pela venda de 50% de sua participação no Grupo Altis, que alcançou uma receita de € 499 milhões em 2010, e comprou 57% do capital da Guyenne et Gascogne, que somou vendas da ordem de € 604 milhões em 2010, geradas a partir de seis hipermercados e 28 supermercados Carrefour. Segundo o jornal "Financial Times", o valor de mercado da Guyenne et Gascogne é estimado em € 585,5 milhões. O negócio fortalece a parceria que o Carrefour já tem com a Guyenne desde 1966. Por meio de uma joint venture, ambas operam a Sogara, rede com 13 hipermercados e vendas brutas de aproximadamente € 1,6 bilhão em 2010.
Cenário brasileiro
A América Latina corresponde a 12,5% das vendas mundiais do Carrefour. O Brasil é o principal mercado da região, com faturamento avaliado em R$ 29 bilhões em 2010, resultado originado pelas vendas de 500 lojas, entre supermercados, hipermercados, atacadistas e lojas de conveniência. Em 2011, o Carrefour só não foi comprado pelo Grupo Pão de Açúcar porque o empresário Abilio Diniz não chegou a um acordo com o seu sócio, o também francês Casino, principal concorrente do Carrefour na França. O Wal-Mart também chegou a cogitar uma possível compra, que não avançou.
A eventual venda do Carrefour Brasil ganhou força depois que a sua matriz descobriu, em 2010, uma fraude contábil da ordem de € 550 milhões, originada por resultados inflados. A pressão para resgatar o investimento feito na reestruturação do grupo desde 2007 acirrou os ânimos com os acionistas, que vem cobrando uma performance melhor. Demissões, fechamento de lojas e mudança de bandeiras fazem parte de uma série de providências tomadas para reordenar a atuação do Carrefour e melhorar a sua performance nacionalmente.
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