União de T-Mobile e Sprint quer criar a mãe das redes 5G
Negócio de US$ 26 bilhões quer dar suporte ao crescimento da realidade aumentada e virtual, dos carros autônomos e da internet das coisas
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Por George Slefo, do AdAge
No domingo, 29, a T-Mobile aceitou comprar a concorrente Sprint por US$ 26 bilhões, um movimento que, segundo os CEOs das companhias, acelerará a implantação da tecnologia 5G, abaixará os preços para os consumidores e criará novos empregos.
A nova companhia, que se chamará T-Mobile, está sendo avaliada em US$ 146 bilhões. John Legere, atual presidente e CEO da T-Mobile, será o chefe executivo, enquanto Marcelo Claure, atual CEO da Sprint, atuará no conselho da nova companhia.
As empresas atuarão de forma independente até que o negócio seja aprovado pelos órgãos reguladores, o que deve ocorrer no primeiro semestre de 2019, segundo estimativas das companhias. Legere, que costuma se referir as concorrentes AT&T e Verizon como o duopólio, argumentou no domingo, 29, que a combinação da Sprint e da T-Mobile beneficiará os consumidores.
A quinta geração da tecnologia mobile, mais conhecida como 5G, é vital para tecnologias como realidade aumentada, carros autônomos, realidade virtual e dispositivos conectados – ou internet das coisas. Durante uma conferência com jornalistas e analistas, Legere disse que a empresa investirá US$ 40 bilhões nos próximos três anos no lançamento da rede 5G.
“Teremos um impacto tão grande que fará com que a AT & T, a Comcast e a Verizon, que estão investindo pouco em 5G, respondam e invistam mais”, disse Legere. “Os Estados Unidos estão atrás da China como líder no 5G. Não podemos deixar isso acontecer – temos que responder juntos e pensar que podemos levar os outros concorrentes conosco mesmo que eles estejam esbravejando”.
No ano passado, a T-Mobile criou um vídeo sobre como a realidade aumentada poderia parecer em 2020. Na produção, um ciclista evita um acidente depois que um monitor virtual avisa que uma SUV está se aproximando rapidamente por trás. Já um outro homem é capaz de experimentar virtualmente as roupas enquanto faz compras em uma loja.
Tais ideias não podem ser concretizadas com o 4G, que é incapaz de fornecer velocidades rápidas o suficiente para tornar as experiências valiosas. O 5G, por sua vez, é mil vezes mais rápido e é feito para lidar com o iminente crescimento dos dispositivos conectados – estimativas da Ericsson apontam para 29 bilhões de aparelhos em 2020. Velocidades mais rápidas e latência mais baixa também serão críticas para carros autônomos, que devem tomar decisões quase instantâneas. (Latência descreve quanto tempo leva para dois dispositivos falarem uns com os outros.)
Nenhum dos CEOs explicou como a nova companhia trabalhará o marketing, mas Legere disse que manterão a visão de “un-carrier” (nem parece operadora, em tradução livre). A Publicis, de Seattle, é a agência da T-Mobile há mais de uma década e ajudou a criar a campanha “Un-Carrier” (veja abaixo um vídeo). Já a Sprint tem uma house, mas também trabalha como Droga5 e Horizon Media.
https://www.youtube.com/watch?v=pTHvwdPHSNc
A T-Mobile informou investimentos em mídia de US$ 1,8 bilhão em 2017 (4,4% da receita total), contra US$ 1,7 bilhão em 2016 (4,5% da receita). A Sprint investiu US$ 1,1 bilhão no período de 12 meses encerrado em março de 2017 (3,3% do faturamento). A companhia ainda não divulgou os investimentos em mídia no ano fiscal encerrado em março deste ano. A AT&T investiu US$ 3,8 bilhões em 2017 (2,3% da sua receita), incluindo as verbas para a marca DirecTV. A Verizon Communications, por sua vez, informou aportes de US$ 2,6 bilhões no ano passado (2,1% do seu faturamento).
As empresas de telecomunicações estão entre as marcas que mais investem em publicidade nos Estados Unidos. A Verizon é a número dois do ranking de 2016, segundo o Ad Age Datacenter. A AT&T aparece em quarto, enquanto T-Mobile é a nona e a Sprint, a décima-segunda.
T-Mobile e Sprint são, respectivamente, a terceira e quarta maiores operadoras de telecomunicação dos Estados Unidos, com participação de mercado de 19% e 12%, de acordo com a GSMA Intelligence. A Verizon é a líder com 36%, seguida pela AT&T, com 30%.
“Essa combinação criará um concorrente feroz com escala de rede para oferecer mais aos consumidores e empresas na forma de preços mais baixos, mais inovação e uma experiência de rede inigualável – e tudo muito mais rápido do que qualquer outra empresa poderia fazer. Como as linhas da indústria se confundem e entramos na era 5G, os consumidores e as empresas precisam de uma empresa com a cultura e as capacidades disruptivas para forçar mudanças positivas em seu favor”, disse Legere.
Tradução: Fernando Murad
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