Como usar o Ad Break do Facebook sem parecer invasivo
Profissionais de agências destacam a importância da segmentação e a adequação ao conteúdo dos criadores
Como usar o Ad Break do Facebook sem parecer invasivo
BuscarComo usar o Ad Break do Facebook sem parecer invasivo
BuscarProfissionais de agências destacam a importância da segmentação e a adequação ao conteúdo dos criadores
Bárbara Sacchitiello
21 de fevereiro de 2019 - 6h00
Na semana passada o Facebook anunciou a criação de mais um formato comercial. Com os Ad Breaks, a rede social começa a oferecer às marcas a oportunidade de inserir comerciais em meio a vídeos postados no Watch, em modelo semelhante ao do YouTube.
De acordo com a rede social, a proposta é que o autor do vídeo postado também receba um percentual pelos anúncios veiculados em seu conteúdo, como uma forma de estimular a criação dentro da plataforma. Segundo o Facebook, os anúncios podem ser exibidos em três formatos: antes do início do vídeo, durante o vídeo ou com uma imagem, posicionada abaixo do vídeo.
A possibilidade de um novo formato comercial sempre traz expectativas às marcas e agências que buscam uma pluralidade de meios para levar suas mensagens ao público. Embora reconheçam as oportunidades que o Ad Breaks traz para as campanhas e ações publicitárias, profissionais de agências alertam que o formato do anuncio e o contexto em que ele estará inserido exige muita cautela.
“Precisamos considerar que o usuário estará no meio de uma experiência de consumo de conteúdo que ele escolheu parar e assistir e que não simplesmente apareceu no feed dele. Inserir uma propaganda, sem contexto e nexo com o que estava sendo consumido se torna não só irrelevante, mas também incômodo, podendo virar uma lembrança negativa de marca”, pondera Regina Colon, head de social media da Rapp Brasil.
A fala da profissional indica uma preocupação que outros membros de agências também compartilham acerca do Ad Break do Facebook: para interromper um usuário no momento em que ele está assistindo a um vídeo é necessário ser muito criativo para não gerar uma experiência irritante.Gustavo Abreu, diretor de mídia e performance da Peppery, cita o aumento do consumo de vídeos online para mostrar que o formato é uma boa oportunidade para quem busca aproveitar o conteúdo para construir uma mensagem. O profissional, não entanto, cita um exemplo que serve de alerta sobre a importância da contextualização da publicidade. “Recentemente a Netflix sofreu com feedbacks negativos em função de testes com o formato de comerciais entre a exibição de episódios de séries, demonstrando resistência da audiência ao modelo, principalmente na forma como isso impactada na experiência. Dessa forma, a integração da mídia com o conteúdo deve ser premissa básica, visando complementar ou potencializar a experiência do target”, analisa Abreu.
Participação do produtor
A ressalva feita pelo diretor da Peppery é corroborada por Bruno Oliveira, head de mídia da Rapp Brasil, que também vê o envolvimento do produtor de conteúdo como algo importante para a construção de uma mensagem menos invasiva e mais interessante. “Não só as segmentações precisam ser usadas com o máximo de critério ao usar esse tipo de inventário, pensando na experiência final do usuário, como também deveriam ser pensados mecanismos que viabilizem a sinergia do produtor de conteúdo com o que está sendo anunciado, da forma mais imersiva possível. Coisas como anúncios co-branded do próprio produtor de conteúdo com alguma marca, por exemplo, seriam melhor vistos dentro do contexto”, sugere.
Cada formato uma mensagem
O fato de remunerar os criadores dos vídeos pelos anúncios postados é uma boa forma de incentivar a produção de vídeos de qualidade e, também, de gerar um volume interessante de conteúdo na visão de Elen Posse, diretora de mídia da Tribal Worldwide. “Isso amplia a possibilidade de publicidade contextualizada e relevante para os anunciantes. É um espaço que, se bem explorado, gerará outras formas relevantes e conectadas de impactar os consumidores”, frisa Elen.
A diretora da Tribal Worldwide, no entanto, destaca que, assim como qualquer outro formato, o Ad break exige uma proposta criativa planejada exclusivamente para ele. “Qualquer canal ou formato requer uma linguagem específica para seu proposito se quisermos atingir o potencial total do espaço. É um erro pensarmos que apenas em algumas situações devemos criar e, no restante, adaptar. A realidade é que ser relevante requer pensar em todos os detalhes do impacto”, complementa.
Timing e voice-over
O fato de estar atrelado a vídeos de produtores de conteúdo – e que, portanto, tendem a atrair a audiência por sua temática – faz com que os intervalos comerciais do Facebook não fiquem imunes a algumas regras que acabam impulsionando o sucesso das ações no ambiente das redes sociais. “É preciso atrair a atenção nos primeiros três segundos, inserindo a marca até os primeiros cinco segundos apenas para garantir caso as pessoas desistam do vídeo mais cedo. O ideal é sempre quebrar o mínimo possível a narrativa do vídeo sendo assistido. Por isso, a segmentação por afinidade pode ser importante (em vídeos sobre esportes, ter marcas esportivas, por exemplo). Enquanto 65% e 70% dos viewers consomem conteúdo com com off, esse novo formato também vai possibilitar o recurso do voice-over”, aponta Sumara Osorio, vice-presidente de estratégia e responsável pela área de social da VML.
O diretor da Peppery também dá uma dica em relação à duração do comercial. “O Facebook já vem recomendando nos últimos meses a utilização e formatos de vídeos mais curtos, sendo o ideal até 15 segundos, pois é o período de maior retenção da atenção. O grande desafio das marcas é entregar um conteúdo interessante para a pessoa certa no momento certo, exigindo ainda mais profundidade nas possibilidades de segmentação da plataforma”, finaliza Abreu.
Compartilhe
Veja também
Globo amplia atuação no marketing de influência com Serginho Groisman
Após Tadeu Schmidt, Eliana e Maria Beltrão, Serginho Groisman é mais um apresentador da casa a ter seus contratos comerciais geridos pela Viu
Com Mercado Pago, Record chega a 7 cotas no Brasileirão
Banco digital integra o time de patrocinadores das transmissões na emissora, que já conta com Magalu, Grupo Heineken, Sportingbet, EstrelaBet, General Motors e Burger King