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Cinco reflexões de Bauman sobre o mundo digital

Sociólogo polonês era um crítico estudioso dos efeitos das redes sociais


10 de janeiro de 2017 - 12h31

 

bauman

Zygmunt Bauman

Conhecido pelo conceito de “modernidade liquida”, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, morto nesta segunda-feira, 9, aos 91 anos, por causas desconhecidas, é citado com frequência por profissionais de marketing e comunicação, sobretudo, quando os temas estão ligados ao comportamentos nas redes sociais e ao consumismo.

Em 1990, Bauman resumiu seu conceito: “em uma vida moderna líquida não há laços permanentes, e qualquer coisa que seguramos por um tempo deve ser amarrada vagamente para que os laços possam ser desatados novamente, tão rápido e tão facilmente quanto possível, quando as circunstâncias mudarem”, afirmou.

Observador dos movimentos de interação social digital, Bauman deixava claro, em suas entrevistas, o que pensava sobre a influência das redes sociais. Veja cinco pensamentos do estudioso sobre o tema:

Evitam a controvérsia
Em entrevista ao jornal El País, em janeiro do ano passado, Bauman afirmou que as redes sociais são uma armadilha. “As redes sociais não ensinam a dialogar porque e muito fácil evitar a controvérsia.”

Reprime habilidades sociais
Também em entrevista ao El País, Bauman disse que as plataformas de interação social reprimem as habilidades sociais. “E tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias neste ambiente.”

São desconectáveis
Em uma palestra no Fronteiras do Pensamento, Bauman ressaltou o caráter efêmero das plataformas sociais: “um viciado em Facebook me confessou que se gabava de fazer 500 amigos em um dia, eu disse que tinha 86 anos e nunca cheguei a ter 500 amigos”

Motivam a preguiça
Em entrevista à revista Época, em 2014, Bauman ressaltou que as interações sociais ganharam a aparência de brinquedo de crianças. “Não parece haver esforço na parte virtual de nossos vidas. Para mudar o mundo, os jovens precisam trocar o mundo virtual pelo real.”

Capacidade de processar informação
Ao jornalista Alberto dines, do Observatório da Imprensa, Bauman afirmou que a velocidade e a quantidade de informação disponível é mil vezes maior que o cérebro humano pode processar. “Quando busco algo no Google aparecem bilhões de respostas sobre algo.” 

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