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O homem que aproximou o Twitter da TV

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O homem que aproximou o Twitter da TV

Ex-Univision, David Grossman, diretor-global de parcerias da plataforma, conduz um processo de negociações com produtores de conteúdo


1 de setembro de 2017 - 14h36

O executivo americano David Grossman se formou no mercado de TV. Com passagens pela Turner e o canal latino-americano Univision, Grossman acompanhou, de perto, a necessidade de aproximação dos grandes canais às redes sociais. Foi durante sua passagem pela Univision que aproximou o principal canal de conteúdo para o público latino dos Estados Unidos ao Twitter e descobriu que havia ali uma oportunidade de potencializar conteúdo. Em 2014, foi contratado para o Twitter justamente para repetir essas parcerias.

Atualmente, Grossman conduz um processo de novas parcerias da plataforma, sobretudo, com o objetivo de trazer conteúdo de qualidade. Entre os primeiros contratos firmados está a NFL, liga de futebol americano, e, posteriormente, aproximações com BuzzFeed News, NBA, Live Nation, Viacom e, mais recentemente, a ComicCon Experience. No início de julho, a Bloomberg publicou uma notícia informando que Facebook, Twitter e Snap negociavam os direitos para uso de imagem e vídeo da Copa da Rússia 2018, informação que David não comenta. “Não produzimos conteúdo, mas nos aproximamos de parceiros que querem potencializar o alcance de seu conteúdo”, reforça David. O executivo esteve no Brasil para conhecer o time local e conversou com o Meio & Mensagem durante sua passagem.

A relação entre TV e Twitter
Eu comecei a trabalhar na Univision em 1997, após uma experiência anterior na Turner. Meu maior desafio profissional era observar e entender o crescimento da audiência hispânica. E foi algo incrível, como os latinos passaram a ser uma audiência importante e ativa da televisão americana. A questão da diversidade dentro desse grupo me deixou apaixonado por essas culturas. Estive entre Miami e Cidade do México por muito tempo entendendo o comportamento dessa audiência. O desafio da Univision era maximizar receitas aproveitando melhor os eventos como o Grammy e outros. Obviamente que a estrutura atual de TV na época remetia à publicidade, mas o digital passou a ser um canal de extrema importância. Em 2012, passamos a usar o Twitter mais efetivamente e entender a capacidade das redes sociais para ampliar o alcance de conteúdo.

 

David Grossman, além de executivo, usuário ativo da plataforma

A força do público latino
Os latinos, e aqui incluo brasileiros, interagem bastante e por isso são tão ativos no Twitter. Depois dessa experiência de aproximação da TV com o Twitter, de amplificar o conceito de segunda tela e desenvolver parcerias, eu me juntei ao Twitter em 2014 para entender como a TV — notícias, esportes, entretenimento, música, e outras categorias poderia ter parcerias relevantes com o Twitter. Iniciamos um processo de desenvolvimento de conversas e parcerias que evoluiu bastante. O fato de o Twitter ter se consolidado como o lugar onde as coisas estão acontecendo deu para os canais de TV e, posteriormente, para as grandes marcas que fomos trazendo para essas parcerias, a visão de interatividade.

Parcerias de conteúdo
Hoje é uma relação muito próxima e de cocriação. Nós não produzimos conteúdo e isso deve ficar muito claro. Nosso objetivo é que o conteúdo de qualidade gerado por esses parceiros tenha uma extensão na plataforma. É pegar esses eventos e fazer com que se tornem mais interativos para os canais e para as marcas. É uma relação em que os dois lados ganham. É, a partir da conversa, ampliar a experiência do usuário, que no fim, é o que importa.

Momento de virada do Twitter
Eu penso que 2016 foi um ano de transformação para o Twitter em termos de uma definição clara de onde queríamos chegar. Definimos e reforçamos que o Twitter era o lugar exato para acompanhar o que estava acontecendo no mundo e isso incluía trazer mais conteúdo de qualidade para as conversas. A partir daí, o desafio foi simplificar essa proposta focar na experiência e começar as grandes parcerias. O contrato que fechamos com NFL foi um divisor porque a força da marca nos levou a outras grandes parcerias e isso elevou não só a quantidade de conteúdo acessado na plataforma como também trouxe novos usuários abaixo de 25 anos. E isso foi se repetindo para música, festivais, esportes e jornalismo. Foi uma estratégia onde aprendemos a entende um pouco da audiência jovem também.

Visão local
Cada parceiro e mercado é muito diferente. E, neste momento, a gente vem aprendendo como trabalhar o live e muitas experiências legais vêm saindo daí. O live deu uma possibilidade de que as conversas fossem trazidas diretamente para o centro do conteúdo. E estamos juntos com nossos parceiros de conteúdo entendendo cada comportamento não só da ferramenta, mas também da audiência.

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