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Pew Research publica balanço da mídia em 2016

Primeira parte do State of the News Media revela que canais pagos de notícias tiveram alta de audiência e de receita nos Estados Unidos no ano passado


2 de junho de 2017 - 12h19

Um dos principais estudos sobre a saúde do mercado de produção de conteúdo jornalístico nos Estados Unidos, o State of the News Media publicou seus primeiros relatórios de 2017 (com atualizações sobre 2016) nesta quinta-feira, 1º de junho. Diferentemente das edições anteriores — o estudo é realizado pelo Pew Research Center desde 2004 –, este ano a publicação dos resultados está distribuída em várias partes, sendo a primeira sobre jornais e TV paga, com informações sobre audiência, receita e investimento em redações.

Canais de TV paga, como a CNN, tiveram bons números em 2016 graças ao noticiário político (Crédito: Reprodução)

Segundo o estudo, os jornais continuam enfrentando problemas de queda de circulação e de receita anunciante. O total, print e digital, de 2016 foi estimado em 35 milhões de jornais para dias de semana e 38 milhões para os domingos, separação comum no mercado americano, com queda de 8%, em ambos os casos, na comparação com o ano anterior. Para essas projeções, o relatório utiliza basicamente dados da Alliance for Audited Media (AAM), o que torna a medição digital mais complexa, já que muitos players grandes, como New York Times e Washington Post, também contabilizam números de forma independente, ainda que auditada. Nesse contexto, os números da AAM revelam que a circulação digital ficou estável ano passado na comparação com o ano anterior, embora tenha crescido até 11% se consideradas as pesquisas terceirizadas. O número pode fazer sentido se considerados dados de unique visitors da ComScore, que relatou crescimento de 21% em 2016 nos sites dos 50 maiores jornais do país, chegando a 11,7 milhões de pessoas.

 

Receita estimada de circulação e publicidade do mercado de jornais nos EUA (Crédito: Pew Research Center)

Em termos de receita, o total da indústria de jornais no ano passado foi de US$ 18 bilhões, queda de 10% na comparação com 2015. Um dos principais complicadores é a queda seguida de investimento anunciante, embora somente o segmento digital, isolado, tenha crescido a participação no bolo publicitário, chegando a 29% no ano passado: quatro pontos a mais que 2015 e 12 a mais que em 2011. A verba proveniente de circulação paga ficou estável, em US$ 11 bilhões.

TV paga
A televisão por assinatura focada em notícias tiveram um bom 2016 em termos de audiência. Tanto no horário nobre como no comercial, houve aumento de 55% e 36%, respectivamente, considerando a média dos três maiores canais do gênero, CNN, Fox News e MSNBC. Isso significa, por exemplo, que o horário nobre teve em média 4,8 milhões de telespectadores diários. Segundo o Pew Research Center, esses números comprovam outra pesquisa anterior, desenvolvida pelo mesmo instituto, que mostrou que entre americanos adultos (maiores de 18 anos), a TV paga foi citada como a fonte mais usada para se informar sobre as eleições, por 24% da amostra. O meio prevaleceu entre todas as faixas pesquisadas (30-49, 50-64 e maior de 65), exceto pelos mais jovens (19-29), em que 35% apontaram mídias sociais.

O crescimento da receita total de todos os canais foi estimada em 19% para 2016, chegando a cerca de US$ 5 bilhões. O dado contabilizou alta tanto em publicidade como em licenciamento de conteúdo, consideradas as principais fontes de dinheiro dos canais. A pesquisa também destacou aumento na receita dos canais americanos dedicados a noticiário econômico CNBC, Fox Business e Bloomberg.

 

Projeção combinada de receita anual dos canais de notícias dos EUA (Crédito: Pew Research Center)

O Pew Research Center se utiliza de uma série de dados, pesquisas, métricas e análises para formular anualmente o relatório State of the News Media. Entre os institutos consultados para a reunião de informações estão a ComScore, Nielsen, a Alliance for Audited Media, SNL Kagan e American Community Survey.

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