Venda do Yahoo ainda é incógnita
Investidores esperavam a notícia de um possível comprador para o grupo, no entanto, o que a CEO Marissa Mayer anunciou foi um prejuízo de US$ 492 milhões
Investidores esperavam a notícia de um possível comprador para o grupo, no entanto, o que a CEO Marissa Mayer anunciou foi um prejuízo de US$ 492 milhões
Luiz Gustavo Pacete
19 de julho de 2016 - 10h55
A tão aguardada venda do Yahoo, expectativa que se arrasta desde o ano passado, gerou apreensão nos investidores, na tarde desta segunda-feira, 18. Porém, enquanto esperavam receber a notícia de um futuro menos incerto para a companhia, o que eles tiveram foi um balanço do segundo trimestre com prejuízo de US$ 492 milhões.
Marcelo Coutinho:
Quando olhamos as receitas, descontando o que o Yahoo paga pelo tráfego dos parceiros, ela caiu cerca de 16% comparada com o mesmo período do ano anterior.
A receita liquida da empresa foi de US$ 842 milhões, queda de 20% em relação ao mesmo período de 2015. Ao anunciar os números, Marissa Mayer, presidente-executiva da companhia, foi enfática: “Não há anúncio hoje”. De acordo com analistas, esta segunda-feira teria sido o último dia para que empresas interessadas fizessem ofertas. Dentre os principais concorrentes que estariam no páreo para comprar o Yahoo estão Verizon, AT&T e o banco Quicken Loans. O processo de venda não inclui as participações do Yahoo! no chinês Alibaba, que chegam a US$ 32 bilhões.
“Os resultados só aumentam a pressão dos acionistas para se desfazer rapidamente desta parte do negócio, ao mesmo tempo que sinalizam para possíveis compradores que a ela pode valer menos do que as projeções anteriores”, diz Marcelo Coutinho, conselheiro editorial da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa de Mercado. Segundo o especialista, o Yahoo vive um dos capítulos finais daquela que foi “a empresa” dos primeiros anos de popularização da Web.
Como o Yahoo pode ajudar a Verizon ou a AT&T
Marissa Mayer vem sendo pressionado há mais de um na pelos acionistas da empresa. Em janeiro, o fundo Starboard, que reúne importantes investidores do Yahoo, voltou a pressionar a executiva. Em carta, o fundo questionou o desempenho da empresa. Eric Messa, gestor no Núcleo de Inovação em Mídia Digital da FAAP, explica que se o futuro do Yahoo já era duvidoso por conta do longo processo de venda que nunca se concretiza, agora ele ficou ainda mais incógnito. “Marissa Mayer não comenta e parece dificultar as negociações, mas com o anúncio de um prejuízo em relação ao ano passado, fica ainda mais difícil evitar a venda. O suspense fica por conta de quem será o comprador e qual fim dará ao Yahoo. Um comprador sem expertise na área, pode por um lado, injetar um alto investimento para tentar fazer o Yahoo retomar um espaço que já foi dele no início da internet.”
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