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Como desmantelar os sistemas do varejo na era da transformação
Para 2024, Kate Ancketill, futurista e CEO e fundadora da consultoria GDR, reafirma a dualidade entre humanos e tecnologia e traça o caminho para o fim do desperdício
Para 2024, Kate Ancketill, futurista e CEO e fundadora da consultoria GDR, reafirma a dualidade entre humanos e tecnologia e traça o caminho para o fim do desperdício
Giovana Oréfice
16 de janeiro de 2024 - 6h30
A excitação do fim da pandemia do Covid poderia ser um indicador positivo para o futuro do varejo – se não fosse pelo cenário de catástrofe traçado pelas mudanças climáticas e conflitos geopolíticos, que deram tom às discussões em 2023 e seguem com ainda mais força este ano.
O alerta foi feito à audiência da NRF’s Retail Big Show por Kate Ancketill, futurista e CEO e fundadora da consultoria GDR. O fim da era abundância, anunciado no evento do ano passado, é intensificado com a inversão da pirâmide etária – que demanda disrupção. Entre os impactos está a diminuição dos trabalhadores gerando maior demanda por automação.
Além disso, o fator econômico atual aponta para o empobrecimento da população. Com a diminuição do poder aquisitivo, vem à tona o fim do consumo linear como modelo dominante e aumento da circularidade. Por fim – mas não menos importante – o assunto do momento deverá moldar ainda mais a forma como nós, enquanto sociedade, nos relacionamos com o mundo: a inteligência artificial.
“Muitos podem pensar que o varejo pode estar fazendo menos do que o esperado. Contudo, estamos passando pela era da transformação assim como qualquer negócio no planeta”, disse Kate. “Precisamos nos mover da era da abundância sobre a qual falávamos no ano passado, desmantelar nossos sistemas e processos que estão acontecendo agora”, complementou.
Durante seu discurso, Kate endereçou três tendências para que o varejo reveja seus sistemas em 2024:
Distanciamento do consumo de massa não premeditado devido às circunstâncias atuais do planeta, crise do custo de vida e questões regulatórias relativas às mudanças climáticas. Nesta era, os consumidores enquanto cidadãos assumem o papel de “tutores” e passam a consumir com mais consciência. Por parte do mercado, os varejistas deverão enxergar o cliente como destinos para modelos de circularidade, redução, manutenção e outros.
A empatia torna-se uma demanda em um momento em que cada vez mais modelos de negócios são baseados na ideia de agentes conversacionais construídos sobre a IA. A tecnologia comporta-se como um solucionador de problemas diante da complexidade da vida moderna, entre eles a epidemia de ansiedade e solidão – que reverbera especialmente entre os jovens.
Nos negócios, estamos diante de um cenário pós personalização: o de hipercomercialização por meio do commerce preditivo que sucedeu o comércio conversacional. Em breve, poderemos esperar ainda mais antecipação e a tecnologia como companheira na era do comércio pós apps.
Com a sofisticação e dominação tecnológica, a diferenciação do real e irreal caracteriza-se como o novo problema contemporâneo. A sociedade enfrenta a era da pós-verdade com deepfakes, notícias falsas, problemas de reputação, privacidade, cybercrimes, entre outros. Veremos uma intensificação do isolamento e, diante das dificuldades da vida, a atenção vai para a necessidade de vivenciar experiências reais no mundo físico.
A criação de experiências que beneficiam a estética, imersão e memória do consumidor são bem vistas, bem como a integração com a tecnologia.
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