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Opinião

Como contribuir para o crescimento da liderança feminina (ou não atrapalhar)

Aos poucos, com mais oportunidades, finalmente isso vem mudando, com incentivos para quem está começando


31 de março de 2022 - 15h00

Crédito: Palto/Shutterstock

O tema “Liderança Feminina” está em alta, apesar dos cargos de liderança no Brasil ainda serem majoritariamente ocupados por homens. Majoritariamente mesmo, acima de 90% no nosso país. Olhando globalmente, ainda sim assusta: mais de 80% dos cargos de liderança globais são ocupados por profissionais do sexo masculino, de acordo com uma pesquisa realizada pela Deloitte, em 2020.

Aos poucos, com mais oportunidades, finalmente isso vem mudando, com incentivos para quem está começando, com culturas empresariais que prezam pela diversidade e com companhias que entenderam que times diversos e multidisciplinares funcionam melhor.

E isso é incrível.

Porém, como líder e mulher, trago 3 provocações sobre como todos nós, inclusive mulheres, podemos incentivar – ou não atrapalhar – o crescimento da liderança feminina no país e no mundo.

1. Estimule a presença feminina na empresa que você trabalha

Faça um exercício rápido agora: Você trabalha majoritariamente com mulheres ou homens? Se a resposta for a segunda opção, questione!

Apenas o questionamento já provoca uma reflexão.

Um ponto importante neste caso é entender se o mercado em que você trabalha fomenta a inserção de mulheres no mesmo.

Atuando no setor de tecnologia como eu, por exemplo, sabemos que a presença masculina é ainda maior que os números gerais do mercado. É comum a empresa se posicionar ou justificar dizendo que existe uma dificuldade na contratação de mulheres. Neste caso, vale questionar e incentivar para que a empresa apoie e promova ações efetivas para inclusão de novas mulheres. Existem inúmeros programas e ONGs lutando diariamente por isso e sedentos por parcerias com empresas.

Também existem outras formas: indique profissionais mulheres para vagas. Incentive o time de recrutamento da sua empresa para a contratação de mulheres.

Estes questionamentos ajudam muito.

2. Dê o exemplo positivo

Já li a respeito e vivi algumas situações em que existia uma liderança feminina extremamente negativa, competitiva, com ações e uma postura desrespeitosa com seu time. Situações como grosseria, falta de respeito, autoritarismo… Isso me fez refletir sobre como a liderança feminina não deveria, de jeito nenhum, promover exemplos ruins simplesmente pelo fato de que em algum momento da nossa história isso foi aceitável vindo de líderes, inclusive mundialmente conhecidos, que mudaram o mundo.

Uma boa liderança é baseada em confiança, transparência, respeito e, principalmente, colaboração. Temos exemplos de líderes que atuaram e atuam até hoje de forma contrária, e são extremamente bem-sucedidos e adorados. Porém, na minha opinião e no que eu particularmente acredito sobre liderança, isso não cabe mais.

Ser grosseira.
Gritar.
Xingar.
Faltar respeito…

Essas são atitudes inaceitáveis vindas de qualquer pessoa, independentemente do gênero.

Com isso, para ajudar o mercado a ter cada vez mais mulheres líderes e bem-sucedidas, dê o exemplo. Seja uma liderança positiva. Se errar, peça desculpas. Se presenciar um exemplo ruim, inclusive de líderes, forneça um feedback.

Parece meio óbvio, mas acredito que algumas mulheres acabam indo por este caminho mais “duro”, justamente por, ao longo da história e até hoje, vivenciarmos exemplos majoritariamente de homens líderes, onde isso parece aceitável.

3. Não distorça nossa força

Ser mulher e líder é ser forte, é ser coerente, responsável, confiável, objetiva. Nenhuma mulher tem a obrigação de ser “fofa” se não for seu jeito natural de liderar. Muitas vezes isso é esperado. Quando não é atendido, podemos ser julgadas como grossas, polêmicas, sem paciência ou muito pior.

Quer incentivar a liderança feminina?
Não seja a ou o profissional que olha para a força e clareza e distorce isso para características negativas. Saiba diferenciar.

Finalizando essas provocações, trago um trecho da música “Eu só preciso ser”, interpretada pelas artistas Sandy e Iza. Não é uma música especificamente sobre liderança feminina, mas cabe perfeitamente para o momento que vivemos:

“Não ‘to atrás de atenção
E nem da tua aprovação
Eu só preciso ser
Eu só preciso ser
Eu não preciso me justificar
Mas não posso ter que me calar
Eu só preciso ser”.

Para ser líder mulher, não precisamos de aprovações que não condizem. Não precisamos de atenção. Não precisamos nos justificar. Mas não podemos nos calar. Só precisamos SER.

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