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Opinião

Sonic é mais empreendedor que Mario no mundo das startups

Sega e Nintendo foram negócios que nasceram e tomaram proporções globais nos anos 1980 aos desenvolverem a mesma dinâmica que permeia muitas das startups mais consagradas dos últimos anos


25 de agosto de 2017 - 17h36

Na minha infância, havia uma grande dicotomia – ainda que a gente não soubesse tanto a existência quanto contexto desta palavra: existiam aqueles fãs do Mega Drive, aonde o grande ícone era o porco-espinho Sonic e os fiéis ao Mario, o grande símbolo dos consoles construídos sobre a plataforma Nintendo. Sei que terá quem me critique, mas o contexto de ambos era o mesmo: ultrapassar fases e inimigos até salvar o mundo ou a princesa, dando looping e pulando plataformas.

Sega e Nintendo foram negócios que nasceram e tomaram proporções globais nos anos 1980 aos desenvolverem a mesma dinâmica que permeia muitas das startups mais consagradas dos últimos anos – como Uber, AirBnb e GroupOn –, bem como é a proposta de valor de mercado das principais empresas do planeta – como Apple (via iTunes/App Store), Amazon, Google e Facebook. Ao invés de somente desenvolverem produtos ou serviços, cunharam plataformas para a promoção de negócios de parceiros, multiplicando as potenciais fontes de receita em escala exponencial – uma vez que existem uma abundância de fornecedores à disposição para disporem seus produtos em sites de busca, mídias sociais, smartphones e e-commerces.

À época do Festival de Cannes, o Pyr Marcondes trouxe à tona a queda do rating que os principais grupos de publicidade receberam das agências como Fitch e Standard & Poors, por verem falta de inovação aplicada e dificuldade na manutenção das fontes de receitas atuais. E faz todo sentido, haja vista a competição crescente com as consultorias no âmbito digital, super acirrada nos EUA e Europa e em escala crescente no Brasil.

Na minha humilde opinião – e olha que sou parte interessada hoje – acredito que, nesta disputa entre Nizans e Accentures, virá do Vale do Silício ou adjacente o vencedor. Eles já transformaram a criação em um exercício de crowdsouring, já reduziram as verbas de mídia em prol do SEO ou Social Advertising. Será que enquanto você tenta tourear o cliente/marca que quer cada vez mais por menos, não tem um grupo de alunos de Stanford ou Tel-Aviv desenvolvendo um algoritmo que, via Inteligência Artificial, consegue desenvolver todo o planejamento e entregá-lo em qualquer lugar do mundo a partir da sua poltrona?

Vislumbro um “Big Bang” no mercado de comunicação e publicidade para breve, nossa atividade está em um momento de renascer dentro do seu ciclo de existência, a medida que no escopo atual não é vista com o valor que já teve duas décadas atrás, no auge da televisão. O futuro apresenta-se por meio de produtos que otimizem as operações do dia a dia, mas principalmente plataformas que amenizem o erro humano e tragam mais assertividade aos investimentos no desenvolvimento de marcas. E não me venham com o papo de “nossa agência é uma plataforma para marcas se desenvolverem”, que fica bonito no site, mas ainda é mais do mesmo. Em corrida ao ouro, ganha mais dinheiro quem vende a picareta, e certeza que ela não está disponível hoje na Madison Avenue.

As startups que atuam como plataforma são menores, mais econômicas e ágeis que o mundo real. Se adaptam mais rápido e trazem resultados com maior ROI para quem investe, tanto como consumidor quanto acionista. Neste contexto, um porco-espinho é muito mais efetivo para salvar o mundo das marcas do que um pedreiro italiano, não acham?

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