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Google+ avança onde o Facebook nunca explorou. Por André Leme

Gerente de marketing da CI&T para LATAM fala sobre o Google explorar o social business em sua rede social


22 de agosto de 2013 - 1h33

Por André Leme
Gerente de marketing da CI&T para LATAM

No último dia 14, em meio a outro lançamento bastante comentado na imprensa, a Google discretamente lançou também mais uma importante funcionalidade que reforça o Google+ (lê-se Google Plus) como uma importante peça da empresa no seu posicionamento no mercado de Social Business: a Google+ Domains API. O recurso, que permitirá às empresas desenvolverem ferramentas corporativas sobre a plataforma do Google+, consolida a rede social como uma solução que busca atender o usuário corporativo não apenas no estabelecimento de conexões e relações sociais dentro da corporação, mas também como uma ferramenta de comunicação e colaboração corporativa, nicho que nunca despertou interesse do Facebook.

Quando foi lançado em 2011, o Google+ foi apontado como uma desesperada aposta da Google em fazer frente ao Facebook no espaço de redes sociais, depois de fiascos recentes como o Google Buzz e da ferramenta de colaboração Google Wave, além do Orkut, que nunca decolou fora do Brasil e da Índia. O serviço apresentava uma interface muito próxima à do rival na época, com uma timeline (chamada Stream no Google+) situada sob a sequência de fotos mais recentes publicadas pelo usuário, na qual tudo poderia receber cliques pelo botão +1, o equivalente ao botão like no Facebook.

Um diferencial à época era a possibilidade de se criar Circles dentro do quais era possível agrupar amigos em torno de assuntos comuns a eles e para os quais era possível compartilhar conteúdos independentes. Mas talvez a grande inovação tenha sido a possibilidade de ser seguido por alguém, sem a necessidade de sua aprovação, o que foi prontamente copiado pelo Facebook com uma funcionalidade equivalente, o Subscribe.

De Social a Colaborativo: as comunidades do Google+
Desde o lançamento, a Google vem direcionando o desenvolvimento de novas funcionalidades do Google+ de forma a torná-lo profundamente integrado às outras ferramentas colaborativas suas, do Gmail ao Google Drive, presentes na suíte Google Apps, destinada a empresas. Mais que uma rede social, o Google+ passa a ser uma camada social que se estende por diversas outras ferramentas da empresa.

Essa estratégia mostrou-se clara quando, no final de 2012, foram lançadas as Google+ Communities, que permitem a criação de comunidades dentro da plataforma e cujas atividades podiam ser acompanhadas e mantidas diretamente pela interface do Gmail, inclusive em sua versão corporativa. Para dar visibilidade ao que está ocorrendo nas comunidades, alertas das mensagens trocadas são recebidas diretamente na interface do Gmail, que permite interação com a discussão sem que seja preciso trocar de janela. Recentemente, o Gmail recebeu melhorias na sua caixa de entrada, permitindo que mensagens de contextos distintos como Social, Forums e Updates sejam automaticamente endereçadas a abas específicas. Isso ajudou a organizar melhor o alto volume de notificações do Google+ que estavam se misturando aos emails normais. Mais uma funcionalidade que busca tornar a integração entre os produtos mais estreita.

Utilizadas de forma estruturada, as comunidades permitem a criação de uma consistente plataforma de colaboração e gestão de conhecimento, favorecendo iniciativas de redução do uso do e-mail e evitando o uso deste como repositório de conhecimento corporativo.

Assim como as comunidades, o Google+ Hangouts também pode ser destacado pelo aspecto da colaboração e de comunicação. Por ter facilitado imensamente a organização de videoconferências, o que antes demandava um longo processo de agendamento e convite em ferramentas pagas como WebEx e GoToMeeting, os Google+ Hangouts ajudaram a cunhar o termo "vamos fazer um hangout?" em substituição ao "posso te ligar?".

A vez do Social Business: Google+ Domains API
Embora ainda existam diversos pontos a melhorar para o Google+ se tornar uma plataforma mais madura e flexível de Social Business, a nova Google+ Domains API é uma grande evolução em relação à antiga Google+ API v1, que era restrita apenas a leitura de posts públicos. A nova interface não só permite a leitura de posts restritos ao domínio, como também permite escrita restrita ao domínio. Isso é uma evolução fundamental para que empresas, preocupadas com a segurança de seus dados, possam implementar processos e ferramentas que restrinjam e garantam que o conteúdo compartilhado por seus usuários estará restrito à organização.

Ainda não está claro como os recursos da nova API serão refletidos no uso das comunidades. Parece ainda não ser possível limitar comunidades com acesso apenas à corporação, assim como forçar a inclusão de membros corporativos a elas. Usuários desativados tem seus posts apagados, perdendo parte do conteúdo construído colaborativamente dentro da ferramenta.

Além disso, um usuário no Google+ precisa criar um perfil pessoal separadamente caso possua um e-mail pessoal também da Google. Essa duplicidade chega a ser contraditória, visto que a própria Google tem grande interesse e cuidado para que os perfis sejam de usuários realmente verdadeiros. Perfis "não-humanos" são banidos, mas perfis duplicados de um mesmo usuário podem co-existir. O fato de conexões e relacionamentos criados através de um perfil corporativo não poder ser continuado caso o usuário se desligue da empresa, pode ser um obstáculo à plena adoção da ferramenta por parte dos colaboradores.

Com certeza, novas funcionalidades orientadas ao uso corporativo estão por vir. O fato da Google não ter incluído, até hoje, publicidade dentro do Google+ é um bom sinal de que não quer seguir os rumos do Facebook para a plataforma. Faz mais sentido que ela agregue valor como uma camada social sobre suas ferramentas que já são monetizadas neste sentido.

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