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18 de outubro de 2019 - 9h19
Por Carlos Tristan (*)
Quando Facebook, Instagram e Youtube se popularizaram, muito se falou nas transformações que o crescimento dessas plataformas trariam para a sociedade como um todo. Elas não só mudaram a forma como as pessoas consomem produtos e serviços mas também como criam e consomem conteúdo. Nas redes sociais, cada subcultura promoveu o surgimento de milhares de comunidades e muitas outras milhares de pessoas se tornaram influentes nesses grupos.
Os chamados influenciadores digitais amadureceram e se assumiram como ágeis empreendedores culturais, atuando como empresas de conteúdo, produção e mídia. Esse movimento fez com que surgisse uma nova organização de trabalho. Hoje essas pessoas trabalham desde a cocriação de campanhas, cobertura de eventos e até pesquisas.
E com esse crescimento cada vez mais constante do mercado de influenciadores é preciso entender o que as marcas esperam desses profissionais e também o que é necessário para você se diferenciar dos demais. Ou seja, o que estamos falando é: se influenciador passa a enxergar seu trabalho como uma profissão e não mais como um hobby, fica ainda mais evidente que a marca pessoal do influenciador deve se transformar em um modelo de negócio. Ser influenciador digital pode (e deve!) ser visto uma atividade empreendedora.
Algumas empresas oferecem orientações para auxiliar os ‘influencers’ com questões mais complexas da carreira. Dessa forma, esses profissionais passam a entender mais sobre a parte fiscal, abrir MEI e também sobre a produção e gestão de conteúdos.
Isso porque profissionalizar não é só entender das questões mais burocráticas e administrativas. Podem parecer apenas posts, mas você já parou para pensar na estratégia de cada um deles? E não somente na estratégia da empresa para qual você está trabalhando mas a sua estratégia pessoal como empreendedor e influenciador? Pensar também em questões como: Qual é o meu tom de voz? Qual é o meu cronograma de publicação? Vou me concentrar em alguma área específica de atuação? Quais plataformas vou utilizar? Quais métricas estou utilizando e como estou mostrando isso para as empresas que pensam em me contratar?
Respondendo a essas perguntas o trabalho será levado mais a sério pelas marcas, que estão olhando com mais cuidado para o marketing de influência. E isso é real: uma pesquisa do YOUPIX revelou que mais 68% dos executivos de alto cargos consideram essa área muita estratégica para seu negócio e 69% consideram que esta modalidade de marketing traz um resultado que nenhum outro tipo de comunicação digital traz.
Sendo assim, é preciso pensar que temos muitas possibilidades na mão: este mercado deve movimentar mais de US$ 10 bilhões até 2020. Por isso, trabalhar na gestão do trabalho será ainda mais necessário. Sabemos que a identificação dos influenciadores com o seu público é imediata, mas encarar cada vez mais isso como um impacto em decisões de compra deverá fazer com que o trabalho siga para uma linha de profissionalização, porque é isso que as empresas querem de nós: resultados e atitudes profissionais.
Para os produtores de conteúdo, é fundamental pensar no valor que você está agregando aos seguidores. É importante que o público confie verdadeiramente no que o influenciador indica: credibilidade é a peça-chave para a profissão ‘influencer’. É preciso deixar de lado as métricas de vaidade, como os likes, e focar em conteúdo de qualidade espontâneo e, claro, verdadeiro.
E o último conselho, e não menos importante: Não esqueçam que as marcas estão de olho nos creators que passam mensagens autênticas e evitam se comportar de forma polêmica. Afinal, o influenciador é o representante do seu próprio negócio!
(*) Carlos Tristan é sócio fundador da Squid.