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ANJ olha para o futuro e lança campanha para reposicionar jornal
Durante Congresso do setor, principais líderes do mercado defendem força da credibilidade e da penetração do meio
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20 de agosto de 2014 - 9h48
POR IGOR RIBEIRO
Do Meio & Mensagem
Com tom enfático sobre a necessidade de mudança e de crescimento do mercado, o 10° Congresso de Jornais apresentou a nova campanha de reposicionamento do setor em seu painel de encerramento, nesta terça-feira, 19, em São Paulo. Assinada pela Lew’Lara\TBWA, a campanha reforçou a ideia de que informação circula por todas as plataformas, mas só encontra respaldo e confiança na assinatura de uma marca de jornal.
Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, diretora da unidade de jornais do Grupo GRPCOM, apresentou o primeiro produto do novo serviço Digital Premium, que une os nove maiores grupos de jornais do Brasil num sistema de ad network. Trata-se de um formato flutuante que poderá estampar todas as home-pages da rede às quintas-feiras. O pacote é mensal e poderá ser comprado por um único anunciante.
Ana Amélia reforçou que diversas entidades estão empenhadas em desenvolver métricas multiplataforma que reflitam com mais precisão o alcance e a penetração do meio jornal. A executiva citou IVC, Ibope e Marplan como institutos já empenhados nessa meta.
Luís Lara, CEO da Lew’Lara\TBWA, relembrou a metodologia apresentada na segunda-feira por Jean-Marie Dru, presidente global da TBWA. Usada no projeto de reposicionamento do meio, a Disruption ajudou a identificar os problemas reincidentes do setor e a estabelecer soluções. “Precisamos reforçar o brand belief sobre o meio”, afirmou o executivo, destacando a capacidade de um conteúdo originalmente produzido por jornais se reproduzir nas conversas em redes sociais e na vida real, além de pautar outros veículos. “Conhecimento é interagir, interagir é conhecimento”, disse Lara, apontando a dinâmica atual de produção e distribuição de noticiário.
No painel seguinte, Renata lo Prete, jornalista da GloboNews, entrevistou Francisco Mesquita Neto, diretor-presidente do Grupo Estado; João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo; Luiz Frias, presidente do Grupo Folha; e Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administração do Grupo RBS. Marinho começou sublinhando o poder de curadoria do jornalista e sua relevância nos meios digitais. “Diante da profusão de absurdos e boatos que circulam na internet, essa é uma realidade que ajudou demais as redações de jornais, onde está gente dedicada a desconfiar dessas e de outras informações”, falou.
Mesquita, com experiência de quem já esteve do outro lado do balcão (passou pela Totalcom e foi sócio da Atma), ressaltou que o novo projeto ajuda a fortalecer os contatos entre o mercado: “O reposicionamento é, além de tudo, um passo importante para restabelecer a relação de tripé entre veículos, agências e anunciantes”. Frias lembrou que para tal, é preciso empenhar-se no desenvolvimento das métricas. “É uma questão técnica e um desafio relevante, mas o digital não deve ser encarado como algo nocivo”, explicou Frias. “A internet é uma ameaça muito maior às plantas industriais que imprimem papel, CDs, DVDs… Não ao jornalismo que, ao contrário, é beneficiado”, disse. “Além disso, hoje muitos jornais estrangeiros já avançaram na construção de um modelo de negócios lucrativo.” Segundo o executivo, as receitas digitais da Folha de S.Paulo deverão superar as receitas impressas em 12 ou 18 meses.
Sirotsky destacou o papel da associação no processo, lembrando que “os editores de jornais tiveram a grandeza de se unirem há 35 anos, apesar da forte concorrência entre si, em defesa da liberdade de expressão para fundar a ANJ”. O executivo disse que a união dos veículos hoje, sob diferente pretexto, se faz tão importante como a daquela época. “Estamos dando um salto a partir deste reposicionamento, com medidas práticas”, afirmou.
Sirotsky admitiu que a entidade não foi tão proativa no passado quando tentou realizar uma rede de venda de mídia, “até porque a ANJ foi construída muito influenciada pela bandeira das liberdades, era uma coisa mais importante em tempos de ditadura do que mercado”. Considerou o Congresso, porém, uma referência histórica no sentido de mudar essa percepção.
Nova diretoria
A colombiana Catalina Botero, relatora de liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), recebeu mais cedo, também nesta terça-feira, o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa. O mesmo painel prestou homenagem a Roberto Civita, do Grupo Abril, e Ruy Mesquita, do Grupo Estado, mortos no ano passado.
Ainda na sessão da manhã tomaram posse os novos diretores da ANJ. Carlos Fernando Lindenberg Neto foi reconduzido como presidente até 2016.
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