Pyr Marcondes
12 de janeiro de 2018 - 7h52
(*) Por Natasha de Caiado Castro
Como todos os anos, vim para CES em busca de conteúdo e novidades disruptivas para ajudar estrategicamente meus clientes e este ano voltei com questionamentos filosóficos e estruturais.
Se o mundo está se conectando em macro e micro ecossistemas, se eu assisto o jogo do Warriors sentada no meu sofá confortável e inteligente que reclina e faz massagem, enquanto na hora do intervalo tenho Alexa, Google Home ou Bixby preparados para soltar minha pipoca e meus amigos estão na tela da minha super TV Samsung modular de mais de 100 polegadas dando replay das melhores cestas nos ângulos da minha escolha entre as centenas de opções que a Intel disponibilizou ou até esperando uma pizza que chega a mando de um Uber sem motorista que meu robô pet recebe enquanto assisto tv, o que acontece se acabar a energia?
Foi o que rolou na feira. Um apagão.
3000 produtos “inteligentes” sendo lançados, stands oferecendo soluções integradas , todas usando hi-fi e Bluetooth, um show caríssimo de luzes e sons e a energia cai por 2 longas horas no Centro de Convenções.
Interessantíssimo case do ponto de vista de organizadora de eventos. As diferentes formas de reação, os choques culturais.
Estava na Bosch ouvindo sobre cidades inteligentes , controle de ar, estacionamentos inteligentes quando tudo ficou escuro. Imediatamente os alemães levantaram os “celulares lanterna” e pediram para ninguém se mover por questões de segurança.
Assim que lideraram para as saídas, fui até o stand de empresa asiática entender as reações. Eles eram os únicos expositores com luz de montagem de gerador independente e estavam evacuando o stand e reagendando as visitas, calmamente.
Corri para um dos unicórnios americanos e só se falava em complô de invasão hacker e as informações não eram uniformes. Não havia um comando centralizado.
Fiquei imaginando uma empresa brasileira e já criando memes, né?
Voltando a luz , como estrategista e curiosa passei nos mesmos stands para entender administração de crise. Super case de eventos, de análise de culturas organizacionais e principalmente de planejamento .
Mas a pergunta que queria resposta é o que os ambientalistas que estão brigando pelos parques naturais vão fazer com essa informação? Se cai a energia, minha casa inteligente não tem mais segurança, a porta inteligente não tranca ou não abre. Se a casa inteligente não estoca energia, quanto tempo o aquecedor funciona? Ou se o sistema de “auto-compras” de água e comida ligado a minha geladeira inteligente, lavadora de roupas que lê etiquetas com instrução de lavagem, secadora e recém lançada “dobradora” de roupas não funciona, quanto tempo o estoque de recursos de sobrevivência básica que tenho em casa dura? E se meu carro elétrico ou autônomo não recarrega não consigo chegar no supermercado, certo?
Sem questionar ainda a segurança de nuvem de informações ou financeira.
Especialistas e pesquisadores de energia, por favor vamos negociar os prazos? Vamos levantar soluções viáveis antes do 5G chegar?
E qual e o limite seguro de automação? Em diferentes culturas? No Brasil? No mundo?
(*) Natasha de Caiado Castro é sócia-fundadora e CEO da Wish e colaboradora ProXXIma direto de Las
Como todos os anos, vim para CES em busca de conteúdo e novidades disruptivas para ajudar estrategicamente meus clientes e este ano voltei com questionamentos filosóficos e estruturais.
Se o mundo está se conectando em macro e micro ecossistemas, se eu assisto o jogo do Warriors sentada no meu sofá confortável e inteligente que reclina e faz massagem, enquanto na hora do intervalo tenho Alexa, Google Home ou Bixby preparados para soltar minha pipoca e meus amigos estão na tela da minha super TV Samsung modular de mais de 100 polegadas dando replay das melhores cestas nos ângulos da minha escolha entre as centenas de opções que a Intel disponibilizou ou até esperando uma pizza que chega a mando de um Uber sem motorista que meu robô pet recebe enquanto assisto tv, o que acontece se acabar a energia?
Foi o que rolou na feira. Um apagão.
3000 produtos “inteligentes” sendo lançados, stands oferecendo soluções integradas , todas usando hi-fi e Bluetooth, um show caríssimo de luzes e sons e a energia cai por 2 longas horas no Centro de Convenções.
Interessantíssimo case do ponto de vista de organizadora de eventos. As diferentes formas de reação, os choques culturais.
Estava na Bosch ouvindo sobre cidades inteligentes , controle de ar, estacionamentos inteligentes quando tudo ficou escuro. Imediatamente os alemães levantaram os “celulares lanterna” e pediram para ninguém se mover por questões de segurança.
Assim que lideraram para as saídas, fui até o stand de empresa asiática entender as reações. Eles eram os únicos expositores com luz de montagem de gerador independente e estavam evacuando o stand e reagendando as visitas, calmamente.
Corri para um dos unicórnios americanos e só se falava em complô de invasão hacker e as informações não eram uniformes. Não havia um comando centralizado.
Fiquei imaginando uma empresa brasileira e já criando memes, né?
Voltando a luz , como estrategista e curiosa passei nos mesmos stands para entender administração de crise. Super case de eventos, de análise de culturas organizacionais e principalmente de planejamento .
Mas a pergunta que queria resposta é o que os ambientalistas que estão brigando pelos parques naturais vão fazer com essa informação? Se cai a energia, minha casa inteligente não tem mais segurança, a porta inteligente não tranca ou não abre. Se a casa inteligente não estoca energia, quanto tempo o aquecedor funciona? Ou se o sistema de “auto-compras” de água e comida ligado a minha geladeira inteligente, lavadora de roupas que lê etiquetas com instrução de lavagem, secadora e recém lançada “dobradora” de roupas não funciona, quanto tempo o estoque de recursos de sobrevivência básica que tenho em casa dura? E se meu carro elétrico ou autônomo não recarrega não consigo chegar no supermercado, certo?
Sem questionar ainda a segurança de nuvem de informações ou financeira.
Especialistas e pesquisadores de energia, por favor vamos negociar os prazos? Vamos levantar soluções viáveis antes do 5G chegar?
E qual e o limite seguro de automação? Em diferentes culturas? No Brasil? No mundo?
(*) Natasha de Caiado Castro é sócia-fundadora e CEO da Wish e colaboradora de ProXXIma direto da CES 2018 de Las Vegas.