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Bens de consumo: como aliar IA e dados ao blockchain?
Para Vítor Marise, gerente de marketing da Frigol, o surgimento de inovações disruptivas trouxeram grandes desafios às indústrias
Bens de consumo: como aliar IA e dados ao blockchain?
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Victória Navarro
17 de dezembro de 2021 - 6h00
As pessoas querem, cada vez mais, comprar de marcas acessíveis e responsáveis. O uso de inteligência artificial (IA) e blockchain ajuda a entregar segurança e confiabilidade ao consumidor. Em bens de consumo, afirma Vítor Marise, gerente de marketing da Frigol, “as empresas devem estar atentas às demandas do mercado, mas isso não basta. É preciso acompanhar as mudanças e estar preparado para responder da melhor forma possível”. A frigorifica, em parceria com a EcoTrade, por exemplo, utiliza IA para a classificação das carcaças bovinas e o blockchain para rastrear os bovinos abatidos em suas unidades. Usa-se módulos de internet das coisas (IoT), câmeras, sensores, balanças e leitores, instalados em várias áreas da indústria. “Nos últimos anos, vimos que o surgimento de inovações disruptivas trouxeram grandes desafios às indústrias, como cooperativas de táxis, instituições educacionais e redes hoteleiras. Não sabemos qual setor vai ser o próximo a ser desafiado por uma inovação dessas. É preciso estar atento a tudo isso”, adiciona. Ao Meio & Mensagem, Vítor ainda aborda como o marketing digital pode trazer, cada vez mais, transparência para o varejo e o food service e qual é o papel das martechs no trabalho lado a lado com o segmento de bens de consumo.
Meio & Mensagem – Qual é a importância de unir inteligência artificial e de dados à tecnologia blockchain, para as grandes marcas, dos mais diversos segmentos?
Vítor Marise – Atualmente, as pessoas não procuram apenas produtos de qualidade, mas acreditam no poder do consumo e querem comprar de marcas reconhecidamente acessíveis e responsáveis. O uso de inteligência artificial e blockchain ajuda a entregar essa segurança e confiabilidade esperadas pelo consumidor. É uma oportunidade para as marcas que souberem aproveitar.
M&M – Como a transformação digital tem contribuído com o setor de bens de consumo, no geral?
Marise – A transformação digital escancarou várias discrepâncias de preço e de disponibilidades de estoque, que incomodavam o setor. Além disso, trouxe uma agilidade impressionante para fazer negócios, o que possibilitou ofertar níveis de serviços nunca imaginados, por conta da farta disponibilidade de informações e aumento da concorrência entre os diferentes canais.
M&M – Como o marketing digital pode trazer, cada vez mais, transparência para o varejo e o food service?
Marise – Os consumidores que estavam habituados a auditar a qualidade dos produtos in loco passaram a comprar à distância. Para transmitir essa confiança que o consumidor espera, muitas soluções precisaram ser adotadas. Uma delas foi investir na comunicação através dos meios digitais, gerando uma experiência com a marca e o produto antes, durante e após a compra. Vale ressaltar a importância de entregar no físico exatamente o que é prometido no digital. É como nossas vidas. Não acredito em vida profissional e vida particular serem isoladas, são faces de uma mesma moeda.
M&M – Qual é o papel das martechs no trabalho lado a lado com o segmento de bens de consumo?
Marise – O consumo mudou por completo e o digital foi o grande catalisador dessa mudança, que ocorreu de maneira ainda mais rápida com a pandemia. Isso aumenta a responsabilidade dessas empresas em traduzir as grandes inovações do marketing para essa nova linguagem, além de ajudar a desenvolver os profissionais para atender o mercado.
M&M – Como a inovação está presente no trabalho da Frigol?
Marise – A inovação é um dos grandes guias do crescimento da Frigol e um dos fatores de longevidade da empresa. Investimos em inovação para continuarmos sendo relevantes no mercado, acompanhando as mudanças no perfil de consumo e na sociedade. Temos muitas frentes de inovação, como desenvolvimento de novos produtos, metas de faturamento, inovações em embalagens e rotulagens, adequação em canais de vendas, pesquisas em bem-estar animal, melhoramento nos processos da indústria e parcerias com empresas de tecnologia e startups, além de um diálogo com universidades.
M&M – No geral e nas mais variadas indústrias, qual é a importância de trabalhar junto a startups e inovação aberta?
Marise – As empresas devem estar atentas às demandas do mercado, mas isso não basta. É preciso acompanhar as mudanças e estar preparado para responder da melhor forma possível. E, a parceria com essas empresas ajuda a ganhar agilidade e fluidez, nesse processo. Desenvolvemos desde 2019, em parceria com a EcoTrace, um sistema que dá mais confiabilidade e segurança para toda a nossa cadeia frigorífica. Hoje, o processo começa com a consulta da situação dos nossos fornecedores, passa pelo registro e avaliação automatizada da matéria-prima e termina no consumidor, que têm acesso, via QR code, às informações devidas sobre a carne que está comprando. Nos últimos anos, vimos que o surgimento de inovações disruptivas trouxeram grandes desafios às indústrias, como cooperativas de táxis, instituições educacionais e redes hoteleiras. Não sabemos qual setor vai ser o próximo a ser desafiado por uma inovação dessas. É preciso estar atento a tudo isso.
*Crédito da foto no topo: MNM/Pexels
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