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O papel dos fundos de investimento para as startups

Além de permitir que as empresas tracionem suas operações, fundos de venture capital podem aportar conexões e experiência na indústria


18 de março de 2022 - 6h00

No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima, existem mais de 15 mil fundos de investimento. Mas, qual a função desses órgãos? E qual seu papel no desenvolvimento das startups? Para explicar, Letícia Winter, analista de Fundos de Investimento da XP, traça um paralelo com o mundo imobiliário.

 

(Crédito: Sketchy Bytes/ Shutter)

“Em fundos, costumamos usar uma expressão que é ‘condomínio’. Um fundo de condomínio fechado, por exemplo, é como um prédio onde um número limitado de condôminos (proprietários) se reúnem e comprometem em arcar com os custos e investimentos para valorizar um empreendimento.  O gestor do fundo é como se fosse o ‘síndico’ que investe esse dinheiro reunido e, se os investimentos são bem-sucedidos, as cotas passam a valer mais e/ou pagam rendimentos e os cotistas enriquecem”, conta Letícia.

Já no caso das startups, os fundos em questão são os de venture capital, ou capital de risco. “Existe uma categoria de fundo alternativo, chamada Venture Capital (VC), cujo principal foco é justamente investir em empresas em estágio inicial de desenvolvimento, startups ou early-stages, de capital fechado – ou seja, não listadas na bolsa de valores – e com grande potencial de crescimento. Uma vez identificado potencial de benefício mútuo, o fundo aporta o dinheiro dos cotistas e se transforma em sócio da empresa, ajudando a crescer e a atingir o resultado esperado”, completa a analista de Fundos de Investimento da XP.

Ainda que os investimentos em venture capital estejam restritos a algum grupo ainda seleto de investidores, nos últimos anos, foi registrado um aumento no número de pessoas que apostam área. Segundo dados da Distrito, entre 2020 e 2021, o número de investidores que colocaram dinheiro em startups subiu 34% no Brasil. Para Carol Strobel, operating partner da Redpoint Eventures, a ação dos fundos é essencial para as empresas em estágios iniciais.

“O venture capital permite que as startups tenham meios de tracionar e escalar o seu negócio, ou seja, viabiliza o crescimento para que a empresa atinja o seu objetivo estratégico. Alguns fundos específicos, que investem em seed, por exemplo, colocam dinheiro antes mesmo de uma startup iniciar as suas operações, ou começar a obter receitas ou lucros. Apesar do valor financeiro ser uma das maiores contribuições que um fundo de venture capital pode aportar, o papel deste tipo de fundo é muito mais ativo, o que chamamos de “smart money”, ou seja, adiciona conexões, experiência na indústria, conhecimentos específicos, orientações e, muitas vezes, ocupando um assento no conselho”, aponta Carol.

Letícia destaca dois desafios como os principais para os fundos de venture capital – originação e execução. O de originação consiste em conseguir identificar e negocias oportunidades em pequenas empresas antes que elas ganhem reconhecimento, para potencializar os lucros. Já o desafio de execução mora na necessidade de estabelecer uma relação de confiança, influência e mentoria com a equipe da empresa.

Especialista de investimentos indexados e alternativos da XP, Henrique Sana analisa o cenário para 2022. “Vai ser um ano desafiador e já observamos muita volatilidade nos mercados de investimento, seja pelos conflitos geopolíticos que estamos observando no mundo, pela alta de juros Selic. Os investimentos com mais risco e horizonte de longo prazo podem afastar novos investidores para eventuais aportes em fundos de VC. Além disso, o Brasil tornou-se um dos celeiros mundiais de investimentos em venture capital tendo atraído mais de R$ 14 bilhões em investimentos em 2020 e mais de 200 empresas brasileiras. Isto torna o cenário mais competitivo para os gestores desta estratégia de fundos alternativos originarem deals e captarem recursos de cotistas com apetite nestas teses”, afirma o executivo.

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