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SXSW, direto de Austin: Entre vacas e cowboys, o futuro!

Ao longo dos 10 dias, cerca de 100 mil visitantes tentarão ver parte das atrações do evento que impressiona pela curadoria dos temas


10 de março de 2013 - 4h58

Por Pyr Marcondes
De Austin, Texas (EUA)

 

Já acontece há três dias a seção Interactive do SXSW, o evento South by Southwest, que tem como cenário a improvável cidade de Austin, no mais improvável ainda estado do Texas. SXSW põe Cannes no bolso, para quem ainda tem o velho festival da Cotê D´Azur como moeda de troca. Para os que têm como referência o MIXX, de Nova Iorque, pra ficar fácil a conta, basta multiplicar por dez. Ao quadrado.

A seção Interactive do evento completa 20 anos em 2013, algo também bastante improvável, já que há 20 anos a interatividade praticamente nem existia. Quase nem existia a internet, aliás.

 

As outras seções são a de Film e Music. Esta última deu origem a tudo, lá nos idos de 1987. Este ano acontecerão 2.286 apresentações musicais espalhadas pelos 104 palcos da cidade. É o maior evento de música do mundo. Na seção de filmes, serão exibidos 132 longas e 138 curtas. E na seção Interactive serão feitas 1.033 apresentações.

 

De quebra, os organizadores estão alimentando aos poucos uma eventual futura quarta seção, a de Games, que apesar de “pertencer” ao mundo Interactive, começa o jogo de ganhar vida própria.

 

Ninguém, nunca, jamais, verá tudo isso. Aliás, ninguém, nunca, jamais verá nem um milésimo disso. Serão este ano, ao longo dos 10 dias do evento, cerca de 100.000 visitantes tentando. E nem de perto, conseguindo. A magnitude do SXSW, no entanto, não é o que mais impressiona. É a curadoria dos temas em cada uma das seções. Sua variedade e originalidade.

 

Quer ver? Tente. Pare cinco minutos (mas pode parar a semana inteira também, se quiser) e escolha cerca de mil temas diferentes de interatividade para você fazer o seu eventozinho particular lá em casa, pros amigos. E olha que você é uma pessoa antenadona. Mas falhou, não é? Poizé ! Pois os caras fazem. E entregam.

 

É tudo bom? Não vi (nem poderia), mas é óbvio que não. O ponto é que a qualidade média da entrega é acima da média, vis a vis qualquer evento que você já viu. Basta ver os temas, a abordagem inteligente e sacada de cada um, o naipe dos palestrantes, a variedade das dinâmicas. Não tem bull shit. É tudo sério e comprometido.

 

É assim que o SXSW pode facilmente ser descrito como um dos mais ricos e diversificados painéis da cultura não-de-massa contemporânea. A cultura que busca o experimental e o inovador.

 

A cultura dos limites. E da quebra dos limites.
A palestra inaugural da seção de Interactive este ano ficou por conta do Bre Prettis, o cara que criou a MakerBot (www.makerbot.com) , empresa revolucionária do 3D Printing. O 3D Printing vai virar nossas vidas de cabeça pra baixo (para ter uma vaga ideia do que estamos falando, visite http://www.thingiverse.com/, portal com mais de 40 mil usos e aplicações da nova tecnologia). Eles estão criando não mais apenas as impressoras 3D, mas todo o aparato de suporte necessário para que sua invenção revolucionária ganhe dimensões de mercado. Estão criando o ecossistema em volta da ideia original. Lançar aqui essa maquininha é uma homenagem e um agradecimento ao evento que o fez famoso, quando, em 2009, lançou, neste mesmo centro de convenções, sua ainda desconhecida e tímida companhia.

 

Futuro? Andava procurando. Entre vacas e cowboys, parece que achei.

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